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Engie (EGIE3), Taesa (TAEE11) e mais: quem ganha e quem perde no leilão de energia

Especialistas veem disputa acirrada que deve reduzir as margens da operação das companhias vencedoras

Engie (EGIE3), Taesa (TAEE11) e mais: quem ganha e quem perde no leilão de energia
Engie, Taesa e COX Brasil foram as ganhadoras do leilão de transmissão de energia. (Foto: Envato Elements)
  • Engie (EGIE3), Taesa (TAEE11) e COX Brasil foram as ganhadores do Leilão de Transmissão de Energia realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta sexta-feira (27)
  • O alto nível de competitividade pelos ativos no leilão, porém, deixou as margens mais apertadas
  • Apesar de terem arrematado os principais lotes do dia, as ações da Engie e da Taesa registraram quedas no pregão. A EGIE3 fechou com queda de 0,33%, a R$ 42,92, enquanto a TAEE11 cedeu 0,23%, a R$ 34,14

Engie (EGIE3), Taesa (TAEE11) e COX Brasil foram as ganhadores do Leilão de Transmissão de Energia realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta sexta-feira (27). Estavam em disputa três projetos, com 784 quilômetros de linhas de transmissão e 1.000 megavolt-ampères (MVA) em capacidade de transformação para subestações de energia.

Nos leilões do setor energético, ganha quem oferecer o maior desconto sobre a Receita Anual Permitida (RAP), fruto do investimento nas obras. Leva a companhia que oferecer o menor valor para colocar a operação em prática. O RAP foi de R$ 288,6 milhões, um desconto de 48,8% em relação à máxima estipulada pela Aneel de R$ 552,9 mi.

Como mostramos nesta reportagem, a concessão das rede de transmissão é crucial para o modelo de negócios das companhias do segmento, pois garante a segurança e a estabilidade das receitas operacionais. Por isso, mesmo que sem uma lista oficial dos participantes, havia no mercado a expectativa de que os nomes de peso do setor elétrico, como Alupar (ALUP11), Taesa (TAEE11), Copel (CPLE6) e Engie Brasil (EGIE3), estivessem presentes.

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O alto nível de competitividade pelos ativos no leilão, porém, deixou as margens mais apertadas. “Assim como esperado, o número reduzido de ativos trouxe bastante disputa pelos lotes, o que implicou em deságios relevantes e retornos espremidos para os vencedores. Não devemos encarar o leilão como um gatilho para os papéis, e até por isso vemos reações praticamente neutras das ações de Taesa e Engie no pregão”, destaca Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.

Apesar de terem arrematado os principais lotes do dia, as ações da Engie e da Taesa registraram quedas no pregão. A EGIE3 fechou com queda de 0,33%, a R$ 42,92, enquanto a TAEE11 cedeu 0,23%, a R$ 34,14.

As vencedoras

O consórcio formado pelo Grupo Engie venceu a disputa pelo lote 1 do leilão de transmissão; o maior em disputa, com entregas de instalações novas que compreendem 780 kms de linhas de transmissão entre os estados do Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. O grupo ofereceu uma RAP de R$ 252,45 milhões, o equivalente a um deságio de 48,1% em relação à máxima estipulada pela Aneel para o empreendimento. A RAP máxima para o empreendimento era de R$ 972,8 milhões.

A empresa também fez as melhores propostas pelos sublotes 1A e 1B, e ficou com todos os ativos licitados. Pelo sublote 1A a empresa ofertou R$ 138,9 milhões, com deságio de 51,05%, e pelo sublote 1B a oferta foi de R$ 127,8 milhões, deságio de 36,86%. Somados, eles totalizam R$ 266,8 milhões, com deságio médio de 45,14%. Outros cinco grupos se habilitaram para disputar o lote, incluindo Copel (CPLE6), Alupar (ALUP11), Consórcio Warehouse, Eletronorte Consórcio Salmorejo.

“Ganhar o Lote 1 posiciona a Engie como líder no setor de energia do Brasil”, destaca Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital. “Esta vitória permite que a Engie consolide ainda mais sua presença no segmento de transmissão, complementando seu portfólio existente, e reforce sua trajetória de crescimento e seu potencial de receita de longo prazo no mercado brasileiro.”

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O especialista destaca ainda que havia uma expectativa de que outros participantes importantes, como Copel e Taesa, fizessem lances significativos para o Lote 1, dadas as sinergias com suas operações existentes. “Ficar sem o Lote 1 pode representar uma oportunidade perdida para participantes como a Copel, que se previa se beneficiar estrategicamente da expansão de sua rede de transmissão no Paraná. Essa perda pode impactar os planos de crescimento dessas empresas, potencialmente limitando sua competitividade em leilões futuros. No entanto, com mais leilões de transmissão planejados para 2025 e além, essas empresas terão outras oportunidades de recuperar terreno”, afirma Moura.

A Taesa, por sua vez, venceu a disputa pelo lote 3 do Leilão de Transmissão de Energia, que prevê a entrega de instalações novas que compreendem 2 kms de linha de transmissão no estado de São Paulo, para atender à região de Jaú, com 600 MVA de potência. O grupo ofereceu uma RAP de R$ 17,1760 milhões, o equivalente a um deságio de 53,45% em relação à máxima estipulada pela Aneel para o empreendimento. A RAP máxima para o empreendimento era de R$ 38,1 milhões. Houve intensa disputa no viva-voz entre CPFL (CPFL3), Taesa e EDF, que fizeram as melhores propostas na primeira etapa. Além delas, participaram a Eletronorte, Alupar, Cox, Consórcio Paraná, Enermais, Zopone e Consórcio Barra Bonita.

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