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Resultado do 3º tri do Itaú (ITUB4) impressiona analistas. É hora de ter a ação na carteira?

CEO da companhia fala sobre o resultado e abre o jogo sobre dividendos extraordinários e negócios do banco

Resultado do 3º tri do Itaú (ITUB4) impressiona analistas. É hora de ter a ação na carteira?
Itaú. (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)
  • Analistas do mercado financeiro dizem que o balanço do Itaú foi muito positivo
  • CEO do Itaú fala sobre o andamento das discussões sobre os dividendos extraordinários do banco
  • Analistas dizem se a ação está cara ou barata e revelam suas projeções de quanto o Itaú deve pagar em dividendos

O Itaú (ITUB4) reportou um resultado “impressionante, sólido e muito positivo” na noite desta segunda-feira (4), disseram analistas em relatórios obtidos pelo E-Investidor nesta terça-feira (5). Ontem, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 10,67 bilhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 18,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Para os analistas da XP Investimentos, o Itaú no 3º tri apresentou outro conjunto consistente de resultados. O lucro da instituição financeira ficou 4% acima das estimativas da corretora. Os analistas lembram que a rentabilidade do banco, medida pelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE, na sigla em inglês), que ficou em 22,7%, foi muito positiva. “Esse ROE poderia ter sido ainda maior se não fosse o excesso de capital, já que o índice de Basileia ficou em 17,2% no final do trimestre”, dizem os analistas da XP.

Durante entrevista coletiva com a imprensa, o diretor financeiro do banco (CFO, na sigla em inglês), Gabriel Moura, disse que o Itaú entrega um bom resultado no balanço. Ele lembra que o Retorno sobre o Patrimônio Líquido poderia estar na faixa dos 24,7% caso o banco optasse por trabalhar com o índice de capital no mínimo regulatório, de 11,5%.

O índice de capital mede o porcentual de empréstimos feitos pelo banco com o dinheiro da própria instituição. No terceiro trimestre de 2024, o indicador de capital principal do Itaú ficou em 13,7%, uma alta de 0,6 ponto porcentual na comparação com o mesmo período do ano anterior. Ou seja, se o banco tivesse trabalhado com o índice de capital mínimo regulatório, de 11,5%, a rentabilidade iria dos 22,7% para 24,7%.

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“Chegamos a esse resultado com o apoio do crescimento de 9,9% da carteira de crédito, alta de 8,2% da margem com clientes e a alta de 18,1% do lucro recorrente gerencial. Em linhas gerais, estamos em um ciclo virtuoso, pois geramos mais capital e estamos reinvestindo esse dinheiro na empresa, que cresce e tem resultados cada vez melhores”, explica Moura.

Quais foram os pontos positivos do balanço do Itaú?

Para os analistas do Goldman Sachs, o resultado do Itaú foi positivo com boas tendências em empréstimos. A empresa retomou, segundo eles, o crescimento no portfólio de cartão de crédito após um período de redução de risco. Eles observam ainda que a qualidade dos ativos melhorou em todos os segmentos, com a queda da inadimplência do Itaú ao longo dos últimos trimestres, o que para os analistas acarretou provisões mais baixas.

“Acreditamos que o trimestre reafirma a capacidade do Itaú de atender às expectativas de orientação (incluindo empréstimos) com lucratividade bem acima dos pares do setor privado”, explicam Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema, que assinam o relatório do Goldman Sachs.

No terceiro trimestre de 2024, o Itaú reportou uma inadimplência acima de 90 dias de 2,6%, queda de 0,4 pontos porcentuais na comparação com o mesmo período do ano passado. As Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) somaram R$ 8,6 bilhões, queda de 7,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os analistas do Safra ressaltaram a revisão do guidance (projeções) de crédito para cima. Agora, o Itaú espera que o portfólio cresça de 9,5% a 12,5% em relação a 2023. Anteriormente, a projeção era uma alta entre 6,5% e 9,5%, o que para eles é interessante para o investidor.

Segundo o CEO do banco, Milton Maluhy Filho, esse incremento na projeção aconteceu com a desvalorização do real em relação a outras moedas. “Vale lembrar que cumpríamos as projeções de carteira mesmo sem a desvalorização das moedas, pois já estávamos no topo da estimativa. E, olhando para frente, a gente continua vendo um ritmo bastante saudável de crescimento em todas as carteiras de pessoas físicas e em todas as empresas, desde as microempresas até as grandes companhias”, argumenta Maluhy Filho.

O que esperar do Itaú nos próximos trimestres?

Para o futuro, o executivo estima que não deve reduzir o ritmo de concessões de empréstimos. O CEO da companhia lembra que o cenário macroeconômico é de alta da inflação e crescimento de juros. De modo geral, isso pode impactar a inadimplência e elevar provisões e reduzir o lucro do banco. No entanto, o CEO do Itaú diz que está confortável com esse cenário.

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Segundo o executivo, já faz mais de dois anos que o banco está com empréstimos sadios, gerando a baixa inadimplência em sua carteira de crédito do Itaú. Ele afirmou que os modelos de negócio do banco estão ajustados para cenários de maior volatilidade de ciclos mais intensos de alta de juros. Por isso, a empresa continua bastante confortável com a qualidade do crescimento que o banco tem em relação as diversas linhas de negócios.

“Naturalmente, sempre com o dedo no pulso e acompanhando. A palavra de ordem atual é tempestividade, a capacidade de reagir rápido a mudanças de cenário. Acho que é isso que fez com que a gente navegasse tão bem ao longo dos últimos anos. Antecipamos movimentos e cenários para tomar as decisões, sempre olhando para resultados sustentáveis em ciclos mais longos”, explicou Milton Maluhy Filho.

O que esperar dos dividendos do Itaú?

Durante a coletiva de imprensa, o CEO afirmou que manteve as expectativas de anunciar os dividendos extraordinários do Itaú no balanço do quarto trimestre de 2024, a novidade é que as discussões estão sobre qual será o tamanho do dividendo que será pago para o investidor. A gestão de Milton Maluhy Filho já havia adiantado em outros balanços que pagaria o dividendo polpudo no último trimestre de 2024.

“Nesse momento, estamos com uma base de capital bastante sólida, superior ao que a gente tinha no ano passado. O nosso objetivo não é reter um excesso de capital, por isso a nossa expectativa é de pagar um dividendo extraordinário. A discussão e o momento certo serão no início do próximo ano, quando a gente divulgará o resultado do quarto trimestre de 2024. Hoje, certamente vejo que teremos o dividendo extraordinário: a discussão é qual será o tamanho do dividendo”, explicou o executivo após questionamentos do E-Investidor.

Na visão da Ágora e Investimentos e do Bradesco BBI, os dividendos do Itaú em 2025 devem ficar em cerca 6,5% do seu valor de mercado. Os analistas possuem a ação como a sua favorita do setor bancário e recomendam compra para o papel com preço-alvo de R$ 46,00 para o fim de 2025, uma potencial alta de 30,4% na comparação com o fechamento de segunda-feira (04).

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A equipe do Goldman Sachs estima que o dividend yield do Itaú (rendimento em dividendos) será de 8,4% em 2024, 8% em 2025 e 8,9% em 2026. Os analistas também recomendam compra para Itaú com preço-alvo de R$ 41 para os próximos 12 meses, equivalendo a uma potencial alta de 16,2% na comparação com o fechamento de segunda.

Já o Safra reiterou sua preferência pelo Itaú Unibanco entre os bancos, destacando o ROE de 24% da empresa no Brasil e um sólido índice de capital principal de 13,7%, bem acima dos seus pares, considerando principalmente as mudanças regulatórias esperadas para 2025 e a piora nas perspectivas macroeconômicas. O Safra tem recomendação outperform (equivalente à compra) para as ações preferenciais do Itaú, com preço-alvo de R$ 45, representando um potencial de alta de 27% sobre o fechamento do papel no pregão de ontem.

A XP Investimento também recomenda compra para o Itaú. Os analistas também colocaram o banco como o seu favorito do segmento bancário. Os analistas calculam um preço-alvo de R$ 42 para os próximos 12 meses, uma potencial alta de 19,04% na comparação com o fechamento de segunda-feira.

Em resumo, os analistas concordam que o Itaú (ITUB4) entregou um bom resultado no terceiro trimestre de 2024. Acrescentam que a empresa deve pagar bons dividendos e que o investidor deve comprar a ação, principalmente pelo fato de o ativo ser o favorito de todo o setor bancário da grande maioria das casas de análise.

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