- Todo mês de novembro, a Petrobras (PETR4) anuncia seu Plano Estratégico, documento que estabelece as diretrizes e estratégias de investimento para os próximos cinco anos
- A edição referente ao período entre 2025 e 2029, que substituirá o plano atual, será votada na quinta-feira (21) pelo Conselho de Administração da companhia. Mas a maior parte da proposta já está na mesa do mercado
- Analistas veem poucas mudanças, apesar do capex maior do que o Plano anterior; dividendos devem se manter elevados
Todo mês de novembro, a Petrobras (PETR4) revisa seu Plano Estratégico, documento que estabelece as diretrizes e estratégias de investimento para os próximos cinco anos. A edição referente ao período entre 2025 e 2029, que substituirá o plano atual, será votada na quinta-feira (21) pelo Conselho de Administração da companhia. Mas a maior parte da proposta já está na mesa do mercado.
Leia também
A estatal divulgou um fato relevante na tarde desta segunda-feira (18) com detalhes sobre seu próximo ciclo de cinco anos. Ao todo, são previstos US$ 111 bilhões em investimentos, sendo US$ 77 bi no segmento de exploração e produção. Outros US$ 20 bi serão investidos no segmento de refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes (RTC).
O documento trouxe ainda a previsão do pagamento de US$ 45 bilhões em dividendos ordinários, com flexibilidade de pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões no período entre 2025 e 2029.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A apresentação dos números foi positiva para as ações da companhia. A PETR3 encerrou a segunda-feira com alta de 2,57%, a R$ 41,55, enquanto a PETR4 subiu 2,50%, a R$ 38,20.
Mas a boa recepção ao Plano Estratégico não foi o único fator por trás da alta da dia. Durante a tarde, os contratos futuros de petróleo chegaram a subir mais de 3% após um novo ataque no Oriente Médio. “É um dia em que o petróleo está subindo, então já era um ambiente favorável para as petroleiras. Mas a reação ao Plano foi positiva e, nesses níveis de preço, como o retorno esperado já que o dividendo continua sendo muito consistente, reforça a nossa percepção de favorável à Petrobras”, destaca Ricardo França, analista da Ágora Investimentos.
A avaliação do mercado do Plano Estratégico da Petrobras
Na avaliação do Goldman Sachs, ainda que o capex indicado seja superior ao do Plano em vigor, será importante compreender a destinação desses valores. “A Petrobras não comentou se esse valor incluiria também os potenciais investimentos em avaliação além dos que já estão em implementação (que são mais certos). Recorde-se que do total de US$ 102 bilhões previstos no atual Plano Estratégico 2024-2028, US$ 91 bi são rotulados como investimentos em implementação, sendo os restantes US$ 11 bi alocados como CAPEX em avaliação (incluindo também potenciais fusões e aquisições)”, destaca o relatório do banco.
O aumento do capex da Petrobras é um ponto que está no radar do mercado há algum tempo. A companhia vem aumentando seu volume investido ao longo dos últimos anos e no intervalo entre 2025 e 2029 isso deve continuar. A desconfiança, no entanto, é com o direcionamento desses recursos. A ideia de direcionar os recursos de investimentos da companhia para projetos como refino ou a área petroquímica desagrada analistas, que veem os negócios como pouco rentáveis em comparação ao “core business” da estatal, a exploração de petróleo.
Neste ponto, parece que o novo Plano Estratégico traz poucas mudanças. “Já havia uma expectativa de que a companhia fosse realmente aumentar o capex projetado para os próximos anos, de fato. Mas, pelo menos, quando olhamos as áreas em que ela vai dedicar maior parcela desse investimento, e que continuam bem alinhadas às expectativas, principalmente porque grande parte dos valores para esse período vai ser voltado para o segmento de exploração e produção, que é onde a empresa tem o maior know-how”, explica Ricardo França, da Ágora.
Para João Daronco, analista da Suno Research, o novo Plano Estratégico dá sinais de continuidade da gestão, também em relação aos dividendos. A projeção divulgada sobre dividendos ordinários da Petrobras tem faixa que começa em US$ 45 bilhões; o plano anterior considerava dividendos entre US$ 40 bilhões e US$ 45 bilhões. “Não é nada muito novo, mas é uma reafirmação positiva. Ao cortar essa faixa inferior, a companhia reafirma o compromisso de remunerar o acionista via dividendos”, diz ele.
Publicidade