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![Notas de dólar americano. (Foto: Adobe Stock)](https://einvestidor.estadao.com.br/wp-content/uploads/2024/11/adobestock-213125274_261120241648.jpeg-scaled.webp)
O dólar tem acumulado uma alta expressiva em 2024 e renovado recordes consecutivos, diante da insegurança dos investidores com a condução das contas públicas. No ano, o real enfrenta um dos piores desempenhos frente ao dólar Ptax dos últimos 25 anos. Essa taxa, publicada pelo Banco Central (BC), é a mais utilizada como referência no mercado cambial.
De acordo com dados de Einar Rivero, diretor da Elos Ayta Consultoria, até 17 de dezembro, a moeda brasileira acumula uma desvalorização de 21,52% em relação ao dólar, quando se analisa a taxa Ptax. A queda se aproxima da observada em 2020, quando o real recuou 22,44%, em meio à cautela global despertada pela pandemia de Covid-19. A diferença entre os períodos é de apenas 0,92 ponto percentual.
Desde o ano 2000, o real perdeu valor em relação ao dólar em 15 anos, registrando apenas 10 ganhos anuais. A maior queda foi em 2002, de 34,33%, marcada por incertezas políticas durante o processo eleitoral, que levou ao primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente. Já 2009, a moeda brasileira registrou o melhor desempenho, com valorização de 34,22%, impulsionada pela recuperação global após a crise de 2008.
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O real só conseguiu valorizações expressivas de dois dígitos em cinco oportunidades:
- 2003: 22,29%;
- 2005: 13,40%;
- 2007: 20,70%;
- 2009: 34,22%;
- 2016: 19,81% .
“Esses períodos coincidiram, em grande parte, com recuperações econômicas ou mudanças políticas, como ocorreu em 2016, com o impeachment presidencial”, explica Rivero, referindo-se ao ano em que Dilma Rousseff foi afastada do cargo de presidente da República.
Por outro lado, em 10 anos, o real registrou quedas superiores a 10% em relação ao dólar. Os piores desempenhos foram:
- 2002: -34,33%;
- 2015: -31,98%;
- 2008: -24,21%;
- 2020: -22,44%;
- 2024: -21,52%.
Na avaliação de Rivero, o desempenho do real nos últimos anos revela uma moeda frequentemente sujeita a volatilidade cambial e crises recorrentes. “Em 2024, voltamos a observar uma desvalorização preocupante, que evidencia a necessidade de ajustes estruturais robustos e uma gestão econômica mais previsível”, afirma.
Ainda assim, o histórico mostra que a moeda brasileira tem capacidade de recuperação em momentos de ajuste fiscal e melhoria no cenário global. Para 2025, a retomada dependerá, em sua avaliação, de um ambiente externo menos restritivo, maior crescimento econômico no Brasil e políticas fiscais mais equilibradas.
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“O real segue alternando ciclos de quedas com recuperações expressivas, mas a mensagem é clara: a confiança na moeda brasileira exige reformas estruturais e previsibilidade econômica”, destaca Rivero.