O Goldman Sachs reduziu as suas estimativas para o preço das ações nos próximos 12 meses das empresas de shoppings, tendo em vista a deterioração do cenário macroeconômico e a elevação dos juros no País. Esses fatores tendem a pesar mais sobre a despesa dessas companhias com financiamentos.
Para Iguatemi (IGTI11), o preço-alvo foi reduzido de R$ 28 para R$ 26 – o que ainda representa uma expectativa de valorização de 47,4% em relação ao fechamento do papel no último pregão. A recomendação de compra foi mantida.
Para Multiplan (MULT3), o preço-alvo foi cortado de R$ 31 para R$ 29 – expectativa de alta de 33,5% na mesma base de comparação. A recomendação de compra também foi mantida.
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E para Allos (ALOS3), o corte foi de R$ 28 para R$ 26 – um potencial de valorização de 42,4% sobre o fechamento de ontem. A recomendação neutra foi mantida.
O relatório, os analistas Jorel Guilloty e Igor Machado estimam que a mudança no cenário de juros do País terá como impacto mais material a redução na ordem de 3% a 4% nas projeções para o FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) das empresas.
De um lado, há expectativa de ganhos na receita do aluguel ao longo de 2025 com a subida do IGPM, principal índice usado no reajuste dos contratos de locação de espaços aos lojistas.
Por outro lado, isso deve ser ofuscado pelo aumento estimado em cerca de 200 bps nas taxas de juros no ano que vem. Na média, 90% das dívidas contratadas pelas empresas são corrigidas por CDI mais um spread de até 1%, observaram os analistas.
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Nos casos de Multiplan e Iguatemi – que têm recomendação de compra – os analistas citaram que veem um desempenho operacional mais forte, graças à tendência de aumento na receita de locação, uma vez que essas empresas mostraram diminuição nos custos de ocupação para os lojistas nos trimestres anteriores e um nível elevado de crescimento das vendas.
“Estamos temos uma visão construtivas sobre os fundamentos do setor de shoppings, dadas as fortes vendas dos lojistas, que abrem espaço para spreads de leasing (ganhos na renovação de contratos e/ou novas locações) e repasse do IGPM”, descreveram.
Além disso, os analistas de shoppings citaram que os economistas do Goldman Sachs esperam que gastos do consumidor oscilem na faixa de cerca de 2% em 2025. “Dito isso, qualquer deterioração substancial nas condições macroeconômicas pode impactar as vendas dos lojistas e limitar a capacidade de repassar aumentos de aluguel, embora acreditemos que isso seria menos problemático para shoppings de alto padrão, como os de propriedade da Multiplan e Iguatemi”, emendaram.