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Após cotação errada do dólar, AGU pede 3 ações para o Google evitar desordem nas informações

Plataforma da empresa chegou a exibir moeda americana cotada a R$ 6,38 durante o feriado de Natal, quando o mercado nem estava aberto. Google no Brasil preferiu não comentar

Após cotação errada do dólar, AGU pede 3 ações para o Google evitar desordem nas informações
Notas de dólar americano. (Foto: Adobe Stock)

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou um ofício ao Google nesta segunda-feira (26) recomendando que a empresa adote medidas para evitar a “desordem informacional financeira”. Na quarta-feira (25), a autoridade chegou a enviar questionamentos ao Banco Central (BC) após a cotação do dólar pelo buscador atingir o patamar de R$ 6,38 em pleno feriado de Natal, quando os mercados estavam fechados no Brasil.

No documento enviado a Fábio José Silva Coelho, diretor-geral do Google no Brasil, a AGU destaca a importância do cuidado na publicação de informações relacionadas a dados econômicos, em especial no que se refere à cotação de moedas. “A desordem informacional financeira, nesse contexto, pode gerar decisões de investimento inadequadas e prejuízos materiais, além de comprometer os esforços institucionais de estabilização monetária e a confiança no sistema financeiro nacional“, afirma.

Diante disso, a AGU indica três recomendações ao Google:

  • A disponibilização da informação de que o Banco Central é, no País, a fonte oficial para a Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro), bem como a indicação clara e explícita das fontes ao disponibilizar dados financeiros em sua plataforma, especialmente no que diz respeito às cotações de moedas;
  • A adoção de medidas proativas para prevenir desordem informacional econômica, incluindo contextualização, revisão dos processos de validação e publicação de informações financeiras, mesmo que advinda de terceiros;
  • O reforço em suas políticas internas de relação com usuários da importância da integridade da informação para a proteção do investidor popular, destacando o papel das plataformas digitais na democratização do acesso à informação econômica e na promoção de um ambiente econômico seguro e transparente.

Mais cedo, o Google comunicou em nota ao E-Investidor que não comentaria a iniciativa da AGU em enviar um ofício ao BC. “Os dados em tempo real exibidos na busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros. Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações. Mais informações sobre nossas fontes de dados podem ser encontradas neste link“, informou.

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No caso, as taxas de câmbio e as cotações de criptomoedas são disponibilizadas ao buscador pela Morningstar, empresa fornecedora de dados de investimento independentes.

Entenda o caso e a polêmica da cotação do dólar no Google

No feriado de Natal, a plataforma chegou a exibir o dólar cotado a R$ 6,38. O que gerou dúvidas nos usuários foi o fato de que o mercado doméstico de câmbio estava fechado na data, sendo que o último preço de encerramento do dólar comercial à vista havia sido de R$ 6,1851, registrado na segunda-feira (23).

O tema gerou polêmicas na internet, com os investidores se questionando sobre a base de dados do Google. O assunto chegou a ficar entre os mais comentados do X (antigo Twitter) e chegou até os ouvidos da AGU, que enviou um ofício ao Banco Central com pedido de informações sobre a cotação do dólar no feriado.

A autoridade pediu “máxima urgência na resposta” e faz diferentes questionamentos ao BC, solicitando a cotação do dólar no Brasil na quarta-feira (25) e o valor da moeda americana em outros países na mesma data. A AGU também perguntou se a cotação em mercados estrangeiros é “suficientemente relevante” para impactar o valor da moeda brasileira no feriado.

Em resposta ao ofício, o BC indicou que no feriado de Natal, não houve negociação de dólar nem spot nem futuro, sendo que a cotação oficial do dia era a do fechamento de terça-feira (24), quando a taxa Ptax ficou definida em R$ 6,1541.

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A autoridade monetária ponderou, no entanto, que outras moedas têm cotação ativa no feriado de Natal, ainda que com liquidez reduzida por conta da data. Baseando-se em cotações da Bloomberg apuradas às 17h30 de quarta-feira, o BC indicou que as variações de divisas estrangeiras em relação ao dólar foram marginais, inferiores a 0,10%. “O peso mexicano, importante moeda emergente, também teve negociação contínua e ficou praticamente estável no dia”, esclareceu ainda o órgão.

Nesta quinta-feira (26), o Google retirou do ar a sua plataforma de ferramenta de cotação do dólar. Quem pesquisa pelo nome da moeda americana agora, não encontra mais o gráfico com a variação da moeda.