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Ativos brasileiros têm pior performance desde abril em meio à deterioração fiscal, avalia Citi

Um processo de consolidação fiscal mais ambicioso ajudaria nos ativos, bem como na dívida pública

Ativos brasileiros têm pior performance desde abril em meio à deterioração fiscal, avalia Citi
Ativos brasileiros tem pior desempenho desde abril de 2024. Imagem: Adobe Stock

O Citi destaca que os ativos brasileiros têm tido uma performance inferior significativa em muitas classes (por exemplo, câmbio, taxas de juros, ações, CDS) e também em termos relativos (entre as economias de mercados emergentes) desde abril de 2024. O movimento, segundo o banco, está relacionado a uma deterioração constante nas expectativas dos fundamentos fiscais domésticos.

“Sob estas condições, um processo de consolidação fiscal mais ambicioso deveria ter maiores impactos sobre os preços dos ativos”, afirmam Leonardo Porto e Paulo Lopes, em relatório enviado a clientes.

Um processo de consolidação fiscal mais ambicioso ajudaria nos ativos não apenas devido ao seu efeito direto sobre a dívida pública, mas também através do prêmio de risco provavelmente mais baixo, amplamente incorporado nos preços nesse momento, segundo o banco.

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Ainda assim, Porto e Lopes consideram que uma consolidação fiscal gradual é o mais provável no cenário brasileiro, o que significa um caminho de aumento significativo da dívida pública.

O Citi comenta ainda que “os frágeis fundamentos fiscais no país estão relacionados a um alto nível de dívida pública (77% do Produto Interno Bruto), grandes déficits nominais (-8,0% do PIB), baixa flexibilidade nos gastos públicos (90% obrigatórios) e uma alta carga tributária (39% do PIB), todos eles comparados a outras economias emergentes”.

Segundo o banco, o enfraquecimento da âncora fiscal brasileira desde abril de 2024 levou analistas a aumentarem suas previsões de dívida pública em cerca de 3,0 pontos porcentuais do PIB (para 85%) até o final de 2026, a maior parte disso relacionada a maiores pagamentos de juros.