A cotação do dólar hoje fechou a sessão desta quarta-feira (29) com queda de 0,06%, a R$ 5,8662. Apesar da tendência de alta no índice DYX, que mede a performance da moeda americana contra outras seis divisas rivais, o real conseguia se destacar no início da manhã à espera de um leilão de linha de até US$ 2 bilhões, realizado entre 10h20 às 10h25 pelo Banco Central (BC).
Mas o sinal se inverteu no final da manhã, quando o dólar à vista passou a oscilar bastante frente ao real. O grande assunto do dia são as reuniões de política monetária na Brasil e nos Estados Unidos – quando as datas coincidem, o mercado chama o evento de “Super Quarta”. Lá fora, o Federal Reserve (Fed), o BC dos EUA, optou pela manutenção das taxas de juros americanas no atual patamar entre 4,25% e 4,5% ao ano.
Por volta das 16h, quando a decisão foi anunciada, o dólar chegou a ter alta. Mas as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, indicando que a instituição está “bem posicionada” para o cumprimento dos mandatos duais do BC americano, de pleno emprego e inflação controlada, levaram a um alívio global na cotação.
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Por aqui, é consenso que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano; a decisão só é anunciada após o fechamento do mercado.
O dólar vem de oito pregões consecutivos de queda ante o real, fruto de uma combinação de fatores que tem levado alívio ao câmbio. Medidas menos bruscas no início do governo Trump, divulgação de dados positivos da economia brasileira e espera pelas reuniões de política monetária que devem aumentar o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA.
Para Rodrigo Xavier, CEO da Oz Câmbio, se o cenário fiscal brasileiro continuar sem ajustes e o relacionamento com os EUA se manter estável, podemos ver um alívio na cotação do dólar a curto prazo. “No entanto, se houver deterioração fiscal, a tendência pode se inverter no futuro. Tudo dependerá da capacidade do País de cumprir suas metas e do impacto das decisões políticas e econômicas globais”, diz.