O BTG Pactual (BPAC11) considera que a Vale (VALE3) divulgou um relatório operacional do quarto trimestre suave, com o principal destaque sendo o resultado mais fraco do que o esperado dos embarques de minério de ferro, em 81,2 milhões de toneladas.
“Mesmo assim, entendemos a estratégia comercial da Vale de retirar toneladas de alto teor de sílica do mercado”, escrevem os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arizi, em relatório.
Na opinião dos profissionais, a Vale está tomando uma decisão sensata para proteger as realizações do preço do minério de ferro e o mix de produtos, mas eles dizem acreditar que o mercado precisará de mais clareza sobre a estratégia futura para compreender a extensão da lacuna entre as remessas e a produção daqui para frente.
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A equipe destaca que a Vale entregou sua projeção anual revisada de minério de ferro de 323-330 milhões de toneladas (Mt) e com um preço “decente” do preço do minério (1% acima das estimativas do banco). Além disso, o BTG ressalta que os metais básicos “também decepcionaram marginalmente”, com remessas de cobre um pouco abaixo das previsões (1%) e o níquel com desempenho ligeiramente inferior (6%).
“Em suma, mantemos nossa visão de que a Vale apresentará resultados nada animadores no quarto trimestre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda próximo de US$ 3,9 bilhões), com 2025 sendo em grande parte um ano de transição para a empresa operacionalmente”, diz o banco.
O BTG reitera a recomendação neutra para os papéis da companhia, com preço-alvo de US$ 11 para as American Depositary Receipts (ADRs), o que representa um potencial de valorização de 20,1% sobre o último fechamento, e argumenta que a empresa carece de catalisadores para uma reclassificação, já que oferece rendimentos de dividendos relativamente pouco atraentes nas mínimas de 7-8%.