O Ibovespa futuro abriu esta terça-feira (4) em estabilidade, com leve alta de 0,02%, aos 126.425 pontos. As atenções do mercado estão na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), além dos desdobramentos da guerra comercial dos Estados Unidos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, deu um passo atrás e decidiu suspender por um mês das tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México. Essa suspensão ocorre em troca de maior controle nas fronteiras para combater o tráfico de fentanil.
Com isso, as bolsas de valores internacionais se recuperam após as fortes quedas na véspera com a repercussão das tarifas. Tanto as bolsas europeias, como os futuros de Nova York reduzem suas perdas nesta terça-feira.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A questão que fica é sobre a taxação dos produtos da China, com Pequim adotando medidas retaliatórias após o início das tarifas americanas de 10%. O carvão e o gás liquefeito terão tarifas de 15%, enquanto petróleo, máquinas agrícolas e veículos terão 10% a partir de 10 de janeiro.
Por aqui, os ajustes nos mercados continuam a depender da evolução das negociações sobre tarifas, com a possibilidade de um acordo entre Trump e a China melhorando o clima de negócios.
O que movimenta o Ibovespa futuro hoje?
Como o dólar e os juros futuros reagem às incertezas globais
Após cravar o seu 11º pregão seguido em queda, a 5,8160 (-0,35%) – ainda nos menores valores desde fins de novembro e com desvalorização acumulada de 5,89% em 2025 -, o dólar abriu esta terça-feira em baixa de 0,24%, a R$ 5,8019.
O dólar hoje pode hesitar no mercado à vista. Os agentes de câmbio devem considerar as perdas da divisa americana frente o dólar canadense e o peso mexicano, após os acordos para suspensão de Trump.
Em relação a moeda emergentes, o dólar avança, o que somado ao rendimento dos Treasuries (títulos da dívida americana) devem direcionar os juros futuros em dia de Ata do Copom (veja detalhes abaixo).
Commodities: petróleo tem queda acima de 1%
Entre as commodities, o petróleo ignora a valorização de quase 3% na véspera e opera no negativo nesta manhã, com o barril do tipo WTI caindo 1,87%, enquanto o Brent recuando 1,07%. Já o minério de ferro segue sem negociação nos mercados de Dalian, devido ao feriado do Ano Novo Lunar mantém mercados fechados na China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul.
Ata do Copom: Banco Central sinaliza nova alta da Selic
O foco dos investidores está na ata do Copom nesta terça-feira, após a elevação da taxa Selic de 12,25% para 13,25% e um tom mais ameno no comunicado da última reunião.
Publicidade
No documento divulgado esta manhã, o Copom repetiu que o tamanho total do ciclo de aumento da taxa Selic será ditado pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação à meta”. Essa sinalização já constava no comunicado da última quarta-feira (29).
O colegiado reiterou o forward guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado) de mais uma elevação de 1 ponto porcentual nos juros na sua próxima reunião, de março, que levaria a taxa Selic a 14,25%.
O Copom também citou as projeções de inflação. Ele espera que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atinja 4,0% no acumulado de quatro trimestres até o terceiro trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária. A estimativa está acima do centro da meta, de 3%, e considera elevação de 3,8% para os preços livres e de 4,6% para os administrados.
O Banco Central (BC) espera que o IPCA encerre 2025 em 5,2%, acima do teto da meta, de 4,5%. A estimativas consideram altas de 5,2% nos preços livres e de 5,2% nos administrados este ano.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
Publicidade
*Com informações do Broadcast