Após o banco lucrar R$ 10,884 bilhões no quarto trimestre de 2024, um resultado 15,8% superior ao do mesmo período de 2023. O CEO do Itaú Unibanco (ITUB4), Milton Maluhy Filho, falou sobre expectativas do banco para o cenário macroeconômico de 2025 e como deve seguir a toada dos negócios da empresa. Em meio às projeções, o executivo comentou se houve ou não ataque especulativo para o dólar nos últimos dois meses.
“Não tivemos ataque especulativo no dólar, mas sim mau humor no mercado e o Banco Central acabou atuando. Esperamos que as questões econômicas caminhem para uma sustentabilidade da dívida, o que pode aliviar a pressão de juros, com a queda do dólar”, disse o CEO do banco.
O Itaú estima que o dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,90, com um crescimento da economia, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), de 2,2%. A perspectiva para s Selic é de uma alta para 15,75%, dos atuais 13,25%. A inflação deve ficar em 5,8% e o desemprego em 6,8%. Em meio a esse cenário, o Itaú calcula que o cenário pode ser desafiador, mas que a empresa está pronta para enfrentar qualquer cenário ao longo de 2025.
Queda do dólar deve aliviar cenário econômico
Segundo Maluhy Filho, o banco deve continuar a carteira focada em clientes considerados com perfis resilientes. O banco espera uma desaceleração do crescimento da carteira de crédito do Itaú, que deve ir de 15,5% para 4,5% a 8,5%. Questionado se esse crescimento não seria muito conservador, o executivo afirmou que a alta da carteira de crédito está dentro da indústria bancária.
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“O banco nunca esteve tão bem para entrar em qualquer cenário. A gente não fica esperando um ou três meses, nossa capacidade de reação é instantânea. O dólar caiu nos últimos dias, o que pode ser positivo para a inflação, pois pode fazer com que os juros fiquem abaixo dos 15,75% ao fim do ano. Se tivermos oportunidades, vamos fazer os ajustes”, disse o executivo, sem descartar a possibilidade de aumento da concessão de crédito em caso de melhora do cenário macroeconômico.
Ele lembra que o banco manteve a rentabilidade acima dos 20%. No quarto trimestre de 2024, o Itaú reportou uma rentabilidade, medida pelo Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE), de 22,1%, queda de 0,6 ponto porcentual na comparação com o terceiro trimestre de 2024. Questionado sobre quais caminhos o banco tomaria para manter essa rentabilidade, medida pelo ROE, acima dos 20% em 2025, o executivo afirmou que o banco deve apresentar um menor crescimento da carteira de crédito na pessoa física devido às questões de inflação e juros, impactadas pelo preço do dólar hoje.
Já nas demais carteiras, o banco deve seguir crescendo, com foco em maior rentabilidade com a melhor segurança para a companhia. O executivo também lembrou que a empresa tem a meta de fazer a migração de 15 milhões de clientes para o novo aplicativo da empresa. Em 2024, a companhia fez a migração de 5,3 milhões.
O Itaú estima um 2025 mais complicado e, por isso, prevê uma gestão mais conservadora. O banco estima um crescimento de 7,5% a 11,5% da margem financeira e espera um custo do crédito entre R$ 34,5 bilhões e R$ 38,5 bilhões. O executivo também fez projeções para os dividendos em 2025 com este cenário de dólar e projeções para a empresa, veja detalhes nesta reportagem.
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