O Itaú (ITUB4) teve lucro líquido gerencial de R$ 10,884 bilhões no quarto trimestre de 2024, um resultado 15,8% superior ao do mesmo período de 2023.
O lucro do banco cresceu graças à expansão das margens e das receitas com serviços, associado à redução do custo do crédito, possível diante da queda da inadimplência. Veja o balanço completo nesta matéria.
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Safra
O Safra considera que o lucro do Itaú Unibanco no quarto trimestre de 2024 veio em linha com as previsões. Ao olhar para o guidance (projeção) do banco para 2025, porém, a casa vê alguns pontos negativos na composição dos números.
Segundo comentário enviado a clientes, os analistas do Safra veem um lucro implícito no ponto médio das projeções em linha com o que o mercado esperava. No entanto, o lucro operacional deve ficar abaixo do esperado, com despesas operacionais acima do esperado e margem com mercado abaixo.
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A equipe liderada por Daniel Vaz considera que o Itaú está sendo conservador diante das premissas macroeconômicas, o que explica as projeções que o banco divulgou ao mercado. Na visão dos profissionais, o guidance é factível, e é possível prever surpresas positivas.
Um dos pontos positivos, na visão do Safra, é que o Itaú foi conservador também com as provisões, mesmo diante de uma entrada em atraso mais baixa. O guidance para 2025 deixa implícito que o custo de risco não vai mudar, de acordo com a casa.
Citi
O Itaú Unibanco reportou um trimestre em linha com o esperado pelo Citi, com crescimento sólido, qualidade de ativos e posição de capital forte. O guidance do banco para 2025, no entanto, foi considerado inicialmente decepcionante.
“Vemos a orientação como inicialmente decepcionante em relação ao lucro líquido do banco, embora também vejamos o nível de provisionamento do banco como resultado da consideração de um cenário muito desafiador, o que pode fornecer algum espaço para reversões se a economia mostrar resiliência, ou alguma proteção se o cenário desafiador acontecer”, destacam os analistas Gustavo Schroden, Brian Flores e Arnon Shirazi, em relatório.
Os analistas dizem ainda que, apesar das pressões de opex (despesas operacionais da empresa), acreditam haver espaço para o Itaú entregar um resultado no topo da orientação em 2025.
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Embora a base de investidores do Itaú tenha um histórico de entregar surpresas positivas em relação aos números de consenso, os analistas observam que a orientação é consistente com o conservadorismo do banco e a capacidade de navegar por diferentes ciclos econômicos.
Com os dados do trimestre, o time do Citi ajustou suas estimativas de lucro para 2025 e 2026 em 4% e -5%, respectivamente. A previsão é de lucro líquido são de R$ 45,6 bilhões e R$ 48 bilhões para 2025 e 2026.
Eles destacam ainda que o banco anunciou um pagamento em ações bônus (1 para cada 10 possuídas), o que sugere um lucro líquido no ponto médio de cerca de R$ 45 bilhões para 2025, 1% abaixo do estimado pelo Citi.
XP
A XP considerou que o guidance conservador do Itaú é bem-vindo por conta das incertezas macroeconômicas e da capacidade de gestão de risco do banco. O balanço do quarto trimestre de 2024 foi considerado confortável, e o programa de dividendos e recompra de ações no valor de R$ 18 bilhões (totalizando R$ 28 bilhões no ano) veio em linha com as expectativas da corretora.
O desempenho do Itaú foi classificado como sólido diante das receitas de tarifas e comissões, que atingiram R$ 11,7 bilhões. Para a XP os dados foram impulsionados por “maior atividade com cartões de crédito, tanto como emissor quanto adquirente, e taxas de administração de fundos, impulsionadas por taxas de performance reconhecidas no trimestre”.
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Os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre destacam que o setor de seguros também manteve um bom desempenho, com resultados de R$ 2,6 bilhões, um aumento de 13,9% na comparação ano a ano. O setor foi impulsionado pelo aumento dos prêmios ganhos.
“Embora o banco tenha revisado seu guidance para cima no último trimestre, a variação cambial no quarto trimestre ainda foi relevante e o Itaú encerrou o ano com um ritmo forte”, considera o trio.
As despesas não recorrentes de juros do Itaú (ITUB4) superaram as expectativas da XP em 2%, com um aumento de 8,9% na comparação ano a ano. O aumento foi motivado por despesas administrativas e operacionais, sazonalmente mais altas no período. Já no que se refere a capital, o banco manteve uma posição forte e com liquidez, segundo a corretora, através de um índice CET 1 estável em 13,7%, e um índice de Capital Nível 1 de 15,0%.