A cotação do dólar hoje fechou esta sexta-feira (14) com queda de 1,26% ante o real, a R$ 5,6962. É a primeira vez que a moeda americana fecha um dia abaixo de R$ 5,70 em três meses a última tinha sido em 7 de novembro. Depois de subir 0,10% na quinta (13) e interromper uma sequência de três dias seguidos de queda ante o real, o mercado de câmbio teve um novo dia de alívio, com apoio das commodities e uma leitura mais positiva quanto ao tarifaço de Trump. A pesquisa Datafolha, que mostra o pior resultado da popularidade do presidente Lula em todos os mandatos dele, também acelerou o recuo da moeda.
Na última hora de negociação a alta do dólar se acentuou, e o Datafolha que mostra o recuo expressivo da popularidade de Lula também teve impacto no Ibovespa. “A pesquisa trouxe um otimismo maior. A Bolsa, que estava subindo ao longo do dia em torno de 1,80%, disparou para uma alta de mais de 2,83%”, diz Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital. “Os juros futuros continuaram cedendo ainda mais, então realmente veio uma onda favorável com essa possibilidade maior de eventualmente Lula não ser reeleito nas próximas eleições.”
O economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, diz que, embora o principal indutor da apreciação do real hoje tenha sido o quadro externo, houve uma retirada adicional de prêmios de risco na taxa de câmbio com a divulgação dos números do Datafolha. A pesquisa do instituto mostrou que a aprovação de Lula caiu de 35% em dezembro de 2024 para 24%. Já a desaprovação saltou de 34% para 41%. Trata-se dos piores índices entre os três mandatos do petista pelo histórico do Datafolha. “Isso aumenta a pressão para que a política econômica seja bem conduzida e Lula tente chegar à eleição com inflação e contas públicas sob controle. Por outro lado, também gera a possibilidade de aumento das chances de vitória de uma candidatura da oposição”, afirma Costa, ressaltando que pesquisa “é fotografia” do momento e que Lula pode recuperar a popularidade perdida.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Também ajudou o câmbio brasileiro o prazo de negociação até abril estabelecido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para as recém anunciadas “tarifas recíprocras” sobre alguns setores. O republicano anunciou na quinta-feira um plano para implementar novas tarifas contra países e produtos que taxam importações dos EUA, mas que não é imediato. O etanol brasileiro é um alvo e o governo terá 180 dias para estudar o caso e tentar um acordo comercial com Trump.
“Os sinais de que as tarifas recíprocas dos Estados Unidos podem levar semanas para entrar em vigor deixam os investidores menos apreensivos. Em outros mercados, o dólar estende a baixa frente às principais moedas”, destaca a Ágora Investimentos em relatório.
Ao longo do dia, a queda inesperada nas vendas do varejo dos Estados Unidos também ajudava na queda do dólar, ao aumentar as apostas de redução nos juros americanos neste ano e provocar recuo nas taxas dos Treasuries e enfraquecimento da moeda americana. Já no final do pregão, o dólar acelerou o ritmo de queda com investidores repercutindo a nova pesquisa do Datafolha, que indicou queda acentuada na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
(Com informações do Broadcast)
Publicidade
