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Os juros futuros renovaram mínimas por toda a curva no período da tarde desta sexta-feira (21), acompanhando o fechamento das taxas dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) – sob receio de uma nova pandemia – e também com o amparo de uma queda superior a 2% do petróleo, que em tese suscita menor pressão inflacionária no curto prazo. Operadores mencionam ainda ajustes após leilões do Tesouro expressivos na semana. As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) apontam que o mercado precifica um pico da Selic em 15% na tarde desta sexta-feira, que deve ser alcançada na reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom).
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu para 14,515%, de 14,650%, e a para janeiro de 2027 cedeu para 14,375%, de 14,621% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2029 recuou para 14,295%, de 14,460% ontem no ajuste.
No balanço semanal, o DI para janeiro de 2026 recuou 25 pontos-base, o para janeiro de 2027 cedeu 34 pontos e o para janeiro de 2029, 15 pontos em relação aos fechamentos da última sexta-feira.
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“O grande driver é internacional, os Treasuries acabam ditando o ritmo de todas as curvas de juros ao redor do mundo”, resume o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. As quedas nos rendimentos dos Treasuries se acentuaram nesta tarde após relatos de que um laboratório da China identificou um novo coronavírus com potencial pandêmico.
O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, destaca que o petróleo acentuou as perdas à tarde, o que embute expectativa de menor pressão inflacionária no curto prazo, ajudando assim a queda dos DIs mais próximos.
O fechamento da curva também se dá por fatores técnicos após o Tesouro Nacional fechar a semana com uma das maiores emissões de títulos públicos da história, considerando os volumes financeiros e risco (DV01) para o mercado. “O Tesouro colocou muito volume de prefixados ontem, e parte disso é drenado pelos DIs”, afirma Sanchez, da Ativa.
Pela manhã o mercado acompanhou as falas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, que também contribuíram para uma queda dos juros. “Achei o tom dovish. Ao falar que se necessário o BC vai ajustar os juros e não repetir aquela frase de segunda-feira, de que ‘um pouquinho acima do que seria em tempos normais’, dá a entender que o BC já tá próximo de terminar o trabalho de subir os juros”, avalia Borsoi, da Nova Futura.
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