

O dólar hoje fechou a sessão desta segunda-feira (17) com queda de 0,99% ante o real, a R$ 5,6864. É o menor nível do ano – e o menor desde novembro de 2024. A moeda americana teve um dia de desvalorização no exterior frente a divisas rivais, mas também a emergentes após o anúncio de mais estímulos ao consumo e renda na China. O índice DXY, que mede o desempenho da divisa americana em relação a uma cesta de moedas desenvolvidas, operou em queda e atingiu seu menor patamar desde outubro do ano passado.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, explica que movimento de enfraquecimento do dólar ocorre em meio a um cenário de estímulos econômicos na China. No último fim de semana, o governo chinês anunciou medidas abrangentes destinadas a impulsionar o consumo interno, ampliar a demanda em diversas áreas e aumentar a capacidade de consumo das famílias por meio do aumento da renda e da redução dos encargos financeiros. “Sendo a segunda maior economia do mundo e contando com um extenso mercado doméstico, medidas que visam estimular o consumo das famílias chinesas tendem a impulsionar a demanda por bens e produtos globais, beneficiando especialmente as economias com fortes laços comerciais com o país asiático. O volume total de importações chinesas de commodities — do petróleo bruto aos metais industriais — continua sem paralelo no mundo”, destaca.
A euforia favorece mercados emergentes e ligados a commodities, como o Brasil. “O país, como um dos principais parceiros comerciais da China, está bem posicionado para se beneficiar desse movimento, o que ajuda a explicar a valorização do real na sessão de hoje”, diz Shahini.
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No radar da semana estão dados econômicos dos Estados Unidos, os desdobramentos da política tarifária do presidente americano Donald Trump, e as negociações para um cessar-fogo na Ucrânia. A atenção de investidores também está voltada para a Super Quarta, dia de reuniões de política monetária no Brasil e nos EUA. A expectativa é que, por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a Selic em 1 ponto percentual; lá fora, o Federal Reserve deve manter a taxa de juros inalterada.
O Boletim Focus desta segunda-feira trouxe uma redução na mediana das projeções para o dólar em 2025. A estimativa caiu de R$ 5,99 para R$ 5,98; há um mês, era de R$ 6. A projeção para 2026 e 2027 seguem inalteradas.