

Após abrir em estabilidade, o Ibovespa hoje firmou alta no pregão desta sexta-feira (21). Às 11h23, o índice avançava 0,35%, aos 132.422 pontos. As atenções do mercado estão na guerra comercial americana – veja aqui os principais assuntos do dia.
O principal índice da B3 hoje ganhou força após a virada para cima de Vale (VALE3) e ainda é estimulado pelo avanço em Petrobras (PETR3; PETR4) – as estrelas da Bolsa que mais acabam sendo influenciadas em dia de vencimento de opções sobre ações. Esses papéis ignoram a queda das commodities hoje.
Mesmo assim, a desvalorização das bolsas em Nova York deve pesar no Índice Bovespa hoje, diante de persistentes incertezas sobre a política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Ainda tende a influenciar negativamente o Índice Bovespa hoje o avanço dos juros futuros, em meio à alta do dólar. A moeda americana subia 0,50%, a R$ 5,7261, às 11h23. O petróleo também recua, após recentes altas.
Apesar da expectativa de queda, o indicador da Bolsa pode registrar elevação semanal, caminhando para a terceira semana consecutiva de ganhos. Até o fechamento de quinta-feira (20), acumulava alta de 2,32% no período.
A sessão pode ser marcada por volatilidade, devido à ausência de catalisadores e ao vencimento de opções sobre ações. Com uma fraca agenda doméstica, ativos locais devem acompanhar a piora do cenário externo, segundo estimativa da MCM 4Intelligence. “Ativos de risco recuam com notícias corporativas que elevaram o temor sobre o futuro desempenho da economia americana”, completa a MCM.
Em meio à agenda doméstica hoje escassa, fica no radar a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao podcast Inteligência Ltda.
- Confira aqui a agenda econômica das empresas nesta sexta-feira
As ações em destaque no Ibovespa hoje
Automob (AMOB3) despenca após balanço
As ações da Automob lideram perdas da Bolsa hoje, com recuo de 10%. O movimento ocorre após a empresa reverter lucro com prejuízo de R$ 7 milhões no quarto trimestre de 2024.
Brava (BRAV3) puxa altas no pregão
Na contramão da Automob, as ações da Brava sobem 5,68% nesta manhã, liderando o setor de petroleiras e as maiores altas do Ibovespa, mesmo após ter informado um prejuízo líquido pró-forma de R$ 1,028 bilhão no quarto trimestre.
Publicidade
O Safra apontou que os resultados fracos eram esperados, mas mostraram melhoras. Já o Citi considerou os resultados negativos, por conta da produção menor, mesmo que isso já fosse esperado. Porém, o banco aponta que a companhia esta perto de aumentar sua produção com o progresso da conexão de quatro poços ao FPSO Atlanta.
Vale (VALE3) ignora perdas no minério
As ações da Vale mostram alta de 0,17% nesta sexta-feira, na contramão do minério de ferro, que fechou em queda de 0,33% nos mercados de Dalian, na China.
Petrobras (PETR3; PETR4) salta apesar do petróleo
As ações da Petrobras sobem no pregão desta sexta-feira, ignorando perdas do petróleo, que cai 0,03% (WTI) e 0,14% (Brent). As ações ordinárias da petroleira avançam 0,81%, enquanto as preferenciais sobem 1,08%.
Mercado financeiro hoje: o que fica no radar nesta sexta-feira
Cautela global: como os mercados reagem às tarifas de Trump
Os índices futuros de Nova York e os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) recuam devido a temores sobre os impactos econômicos da guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump. As tarifas recíprocas do país sobre importações globais entram em vigor no próximo dia 2.
A União Europeia adiou até meados de abril a possível imposição de retaliações contra as tarifas de Trump, que já aumentaram a taxação sobre todas as importações de aço e alumínio para 25%.
Na Europa, as bolsas voltam a cair, pressionadas por ações de empresas do setor de viagens, após o fechamento temporário do Aeroporto de Heathrow, em Londres, devido a um incêndio em uma subestação elétrica que abastece o terminal. A ação do International Airlines Group (IAG), controlador da British Airways, recuava 2,2%.
A Câmara Alta do Parlamento da Alemanha aprovou a reforma para ampliar o endividamento público. Em uma semana marcada por diversas decisões de taxas, o banco central da Rússia decidiu manter sua em 21% ao ano, seguindo a decisão do Federal Reserve sobre os juros dos EUA.
Publicidade
O dólar hoje opera em alta frente a outras moedas de economias desenvolvidas, após uma semana marcada por decisões de juros.
Commodities caem no pregão
O petróleo opera em baixa, interrompendo quase duas semanas seguidas de ganhos por tensões renovadas no Oriente Médio, mais sanções dos EUA ao Irã e um novo plano da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para sete de seus integrantes reduzirem a produção. No início da manhã, o barril do petróleo WTI para maio caía 0,03%, enquanto o do Brent para o mesmo mês cedia 0,15%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 0,33%, cotado a 757,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 104,5 nos mercados de Dalian, na China.
O que esperar do mercado brasileiro hoje?
A fraqueza dos Treasuries pode aliviar a curva de juros, após a alta decorrente da sinalização de um novo aumento da Selic. O dólar tende a subir, mas de forma limitada, devido ao custo elevado de manter posições compradas na moeda americana, o que tem estimulado o apetite pelo carry trade (mecanismo utilizado para tentar obter lucros com base na diferença entre a taxa de juros de dois países).
Após o Congresso aprovar o orçamento deste ano, que segue para sanção presidencial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a reforma da renda e se mostrou otimista sobre a aprovação da taxação dos mais ricos para compensar a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil até o fim do ano, desde que haja compensação.
Haddad prevê que o Brasil sofrerá consequências das políticas de Trump, pois os EUA já criaram conflitos com várias outras nações, e o país não deve ficar de fora. Esses e outros assuntos ficam no radar do Ibovespa hoje.
*Com informações de Vinícius Novais e Maria Regina Silva, do Broadcast
Publicidade