

As ações da Brava (BRAV3) disparam 6,3% nesta quarta-feira (26). Segundo analistas ouvidos pelo E-Investidor, o salto é impulsionado por tensões geopolíticas que causam uma forte alta do petróleo e pelas estimativas de melhora do balanço da empresa, que pode voltar a pagar dividendos para o investidor.
Às 14h, as ações da Brava subiam 6,36%, a R$ 23,30. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,45%, aos 132.664 pontos. Segundo Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, os ativos da companhia dão continuidade ao movimento positivo observado nos últimos dias. Essa valorização ocorre mesmo após a empresa ter reportado um prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2024.
“Analistas do mercado esperam uma melhora significativa nos resultados da Brava devido ao início da produção da nova plataforma em Atlanta e à retomada das operações no campo de Papa Terra. Esses fatores são vistos como potenciais pontos de virada para a companhia, indicando uma possível recuperação financeira e operacional em breve”, aponta Lage.
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Artur Horta, especialista em investimentos da GTF Capital, explica que o otimismo do mercado vem da possibilidade de a empresa começar a pagar dividendos no médio prazo. A remuneração aos acionistas viria tanto pela melhora operacional da empresa quanto pelos lucros com o preço do barril de petróleo. A commodity sobe no mercado internacional após novas tensões geopolíticas geradas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“O presidente dos EUA prometeu taxar quem comprasse petróleo da Venezuela. Essa taxação gera uma pressão nos preços do petróleo, pois menos países vão negociar com a nação latino-americana, causando um aumento de demanda global em outros lugares e alta do preço do barril no mercado. A disparada do petróleo é positiva para a Brava, pois ela é vendedora do produto”, afirma Horta.
O investidor deve comprar as ações da Brava?
Para os analistas do mercado financeiro, o papel é atrativo para o investidor, mas possui riscos. Para a equipe do BTG Pactual, as ações BRAV3 podem começar a pagar dividendos em 2026. No entanto, o pagamento só se tornaria uma realidade se a empresa reduzisse seu endividamento, medido pela alavancagem.
“Uma parcela significativa do fluxo de caixa ainda é alocada para despesas com juros (cerca de R$ 300 milhões no quarto trimestre e por volta de R$ 1 bilhão em 2024), destacando a importância crítica da rápida desalavancagem. Acreditamos que, se a empresa atingir a meta de reduzir a alavancagem para abaixo de 1,5 vez, ela pode abrir o caminho para distribuições de dividendos em 2026”, argumentam Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Pérez, que assinam o relatório do BTG.
O BTG tem recomendação de compra para a ação BRAV3 com preço-alvo de R$ 32 para o fim de 2025, alta de 46% em relação ao fechamento de terça-feira (25), quando a ação encerrou o pregão a R$ 21,88. O BTG estima que os dividendos da Brava podem entregar um retorno de 16% para os acionistas a partir de 2026.
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O Santander também tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 30 para o fim de 2025, alta de 37,11% em relação ao fechamento de terça-feira. O banco afirma que a empresa mostrou no balanço do quarto trimestre de 2024 que está em momento de transição e que, por isso, dá um voto de confiança para a empresa com base nos múltiplos nos quais a ação é negociada.
Já o Goldman Sachs tem recomendação neutra para Brava (BRAV3) com preço-alvo de R$ 23,30, uma alta de 6,48% em relação ao fechamento de terça-feira, dia em que o papel terminou o pregão a R$ 21,88. Os analistas dizem que os riscos de se investir no papel são os preços do petróleo Brent ficarem abaixo do esperado e o real mais forte que o estimado, já que a empresa produz e vende a commodity cotada em dólar.