O Ibovespa é o principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Divulgação/B3
O Ibovespa hoje fechou em alta com o apoio de ações ligadas aos preços das commodities e na contramão de Nova York. Nesta quarta-feira (26), a principal referência da B3 subiu 0,34%, aos 132.519,63 pontos, depois de oscilar entre máxima a 132.983,92 pontos e mínima a 132.068,02 pontos. Esse foi o maior valor de encerramento desde o dia 2 de outubro, então a 133.514,94 pontos.
A intenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar países que comprarem petróleo da Venezuela, associada à perspectiva de que na semana que vem a Casa Branca anunciará mais tarifas de importação, retomou a preocupação do mercado sobre os efeitos da política comercial americana. Assim, em NY, os índices de ações operaram em queda: S&P 500 recuou 1,12%, Nasdaq tombou 2,04% e Dow Jones perdeu 0,31%.
Por aqui, o índice foi impulsionado pelo avanço dos preços de commodities, com Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3), papéis de grande peso para a Bolsa, entre os destaques de alta. Enquanto os ativos da petroleira registraram alta de 1,06% (PETR3) e 0,94% (PETR4), os da mineradora subiram 0,61%. Nessa linha, a Brava Energia (BRAV3) também se saiu bem no pregão e avançou 6,63%.
Quem lidera os ganhos da sessão, porém, são os papéis da Braskem (BRKM5), que dispararam 9,68% após notícias de que os cinco bancos credores da Novonor estão possivelmente negociando com a Petrobras um novo acordo de acionistas para a petroquímica, com a participação sendo alocada em um FIP administrado pela Geribá Investimentos, segundo Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset. “Mesmo que seja baixa a visibilidade com a estrutura proposta, que dificilmente deverá ter tag along [mecanismo que visa proteger acionistas minoritários contra eventuais mudanças no controle das companhias e das decisões tomadas] para minoritários, o fluxo de notícia mexe com o papel”, explica Passos.
Na ponta oposta, os ativos da Automob (AMOB3) recuaram 7,41% e registraram a maior queda do dia. Os papéis da JBS (JBSS3) também se saíram mal e recuaram 2,7%, em movimento de realização de lucros. Na última terça-feira (25), a empresa do setor frigorífico divulgou o seu balanço do quarto trimestre de 2024, com o lucro líquido de R$ 2,412 bilhões, salto de 2.806% em relação aos R$ 83 milhões reportados em igual período de 2023. A receita líquida cresceu 21,1% na mesma base de comparação, para R$ 116,7 bilhões.
Analistas do Safra afirmam que companhia reportou “lucros fortes” no quarto trimestre de 2024 devido a um “desempenho sólido” em todas as suas divisões. “Embora as condições para a carne bovina dos EUA continuem desafiadoras, a empresa conseguiu entregar margens melhores do que o esperado neste segmento altamente relevante. A JBS continua a entregar uma execução sólida, resultando em uma geração de Fluxo de Caixa Livre (FCL) de R$ 5,3 bilhões no quarto trimestre e de R$ 13,2 bilhões no acumulado de 2024, com um rendimento de FCL de 14,6%”, argumenta a equipe do banco – veja detalhes nesta matéria.
No mercado de câmbio doméstico, o dólar hoje subiu 0,41% a R$ 5,7328. Na véspera, a moeda encerrou as negociações com uma queda de 0,75%, cotado a R$ 5,7092.