A Minerva (BEEF3) comunicou nesta segunda-feira (7) que o conselho de administração da companhia aprovou um aumento de capital social de até R$ 2 bilhões. A decisão ainda precisa ser discutida em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que será realizada no dia 29 de abril de 2025. Os recursos devem ser utilizados para reduzir a alavancagem da companhia. A proposta, no entanto, pode gerar uma reação negativa sobre as ações da Minerva.
Segundo a Genial Investimentos, a operação representa 51% do valor de mercado atual da companhia e pode levar a uma diluição de até 65% para os investidores que não acompanharem a proposta. “Apenas com a participação integral na oferta e no exercício futuro dos bônus, o investidor conseguirá manter sua fatia e contribuir para a recomposição da posição de caixa da companhia. Caso contrário, além de não ajudar, sofrerá dupla diluição”, informou a corretora.
A lógica dos analistas se baseia nas condições para a operação. De acordo com a Minerva, a emissão das novas ações será feita pelo preço de R$ 5,17 por ação. O valor corresponde à média das últimas 60 sessões de negociações, mas representa um desconto de 20% em relação à cotação do papel do último pregão. Contudo, os investidores que aderirem à proposta terão um incentivo adicional: bônus de subscrição. Ou seja, para cada duas ações subscritas, o acionista que participar da oferta terá o direito de comprar um novo papel da companhia pelo preço de R$ 5,17 nos próximos três anos.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Com esse instrumento, o follow on pode chegar a R$ 3 bilhões. “Avaliamos que o bônus de subscrição foi dado como uma vantagem para reforçar a adesão do acionista minoritário ao aumento de capital. Se por um lado, configura um prêmio para os investidores que aderirem a oferta de ações, por outro, acabará penalizando ainda mais os que não escolherem participar do aumento de capital”, destacou a Genial Investimentos.
Além disso, embora os recursos sejam destinados para o pagamento de dívidas, a corretora explica que o possível aumento de lucro pode não se traduzir em retorno para o acionista via dividendos. “Acreditamos que o objetivo central da oferta, que é a redução do endividamento, indicam que o FCF deverá ser direcionado prioritariamente à amortização da dívida. Assim, um dividend yield mais elevado nos próximos trimestres não parece compatível com uma estratégia prudente de alocação de capital”, acrescenta.
Por essa razão, a Genial Investimentos rebaixou a recomendação do papel da Minerva (BEEF3) para venda e estima um preço-alvo de R$ 5,20 para a ação, o que representa uma queda de 19,20% nos próximos meses.
O que este conteúdo fez por você?
