

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) desabam no pregão desta terça-feira (8) com a disparada dos juros futuros após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevar as tarifas contra a China em 50%, totalizando 104% em sobretaxas. Há também um segundo fator para a queda dos papéis: o Citi rebaixou a recomendação da companhia de neutra para venda.
Às 14h45, as ações do Magazine Luiza desabavam 11,34%, a R$ 8,99. No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,69%, a 124.726,50 pontos. Já os futuros subiam, com todos os ativos avançando nesta terça-feira. As ações do varejo são fortemente impactadas pela alta dos juros, isso porque, com a Selic elevada, o consumo tende a cair, prejudicando as vendas das empresas.
Jorge Kotz, do Grupo X, diz que as tarifas tendem a causar inflação no Brasil: o dólar dispara em momentos de tensão global como este, trazendo alta de preços para consumidor. Com o avanço da inflação, restaria ao Banco Central subir a taxa básica de juros da economia, a Selic, para controlar a inflação puxada pelo caos global.
Citi rebaixa ações do Magazine Luiza
Além da alta dos juros futuros, o Citi rebaixou a recomendação de Magazine Luiza para venda e cortou o preço-alvo de R$ 8 para R$ 7,7, representando um potencial de desvalorização de 23% em relação ao último fechamento. Segundo informações do Broadcast, os analistas classificaram o ativo como de alto risco. O banco pondera que a empresa acumulou uma alta de 56% no ano, refletindo uma menor relação de risco sobre a taxa de desconto e alguma inflexão futura da macroeconomia brasileira.
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“Antecipar um ciclo de demanda positiva parece excessivamente otimista nesta fase, em nossa visão. Ainda estamos cautelosos com o macro brasileiro (demanda), que deve ser impactado por taxas de juros elevadas (pelo menos até 2025/2026). Além disso, continuamos a ver uma forte concorrência para lugares no mercado, com o Mercado Livre crescendo aproximadamente 30% no Brasil, enquanto plataformas estrangeiras também avançam”, explica o analista João Pedro Soares, em relatório sobre as ações MGLU3.
Diante disso, Soares avalia que a companhia está tomando a ação correta para preservar seus lucros e perdas no balanço. A avaliação de que a relação de preço sobre lucro seja de 28 vezes para 2025 e de 13 vezes para 2026 parece precificar crescimento, grande expansão de margem e mais desalavancagem.
O banco também reduziu suas estimativas de valor bruto de mercadoria (GMV), diante do impacto de uma Selic alta. Porém, mantém as expectativas para as vendas de mesmas lojas para 2025. Ao fim, o Citi considera um risco de “short squeeze” (movimento repentino de alta no preço de uma ação) no papel do Magazine Luiza (MGLU3).
*Com informações do Broadcast
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