
A Tegra, antiga Brookfield Incorporações, encaminhou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido de registro de oferta de ações (IPO, na sigla em inglês). Se confirmada, a operação vai marcar a sua volta à Bolsa após quase sete anos.
A canandense Brookfield, controladora da companhia, fechou o capital da incorporadora em meados de 2014 em meio a uma forte crise na economia brasileira somada a problemas internos, como distratos, atrasos de obras e estouros de custos, que abalaram os negócios na ocasião. Com isso, a Brookfield se manteve como única acionista, por meio do fundo BRKB RE OPP Fund LLC.
De lá para cá, a incorporadora foi totalmente repaginada. Os lançamentos foram temporariamente cessados, ela deixou o segmento do Minha Casa Minha Vida (em que as margens são mais apertadas) e se firmou nos mercados de médio e alto padrão, com foco em São Paulo, Rio e Campinas. Para o comando da empresa, foi escalado o experiente executivo Ubirajara Freitas (ex-Cyrela), mais conhecido como Bira.
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Por fim, a mudança do nome do grupo para Tegra ocorreu em 2017 e foi necessária para espantar a imagem ruim deixada dos tempos de crise. Já a volta do balanço para o azul foi em 2019. A Tegra teve lucro líquido de R$ 86 milhões em 2020, ante R$ 48 milhões no ano anterior. A margem bruta se manteve em 31% nesse período.
A oferta de ações será primária (quando o dinheiro fica no caixa da empresa) e secundária (venda de participação do acionista). A operação está sendo coordenada pelos bancos Itaú BBA (líder), BTG Pactual, Bank of America, Bradesco BBI, Santander e ABC Brasil.
O IPO terá como objetivo dar suporte a uma aceleração do crescimento. Do total de recursos a serem captados na Bolsa, 83% serão destinados para a compra de terrenos para futuros empreendimentos e 17% vão para capital de giro.