Governo Trump ficou marcado pela dura imposição de tarifas comerciais. (Foto: Adobe Stock)
A agenda econômica desta terça-feira (29) traz o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de abril e números do Governo Central. O mercado financeiro hoje também acompanha o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, com a participação do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen.
No exterior, as atenções da agenda econômica hoje se voltam ao relatório Jolts de abertura de vagas em março nos EUA. Na China, saem o Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial pela NBS e pela S&P Global.
O Tesouro faz leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
Entre os balanços, serão divulgados os resultados da Iguatemi (IGTI11), Isa Energia (ISAE3), Marcopolo (POMO4) e Neoenergia (NEOE3), após o fechamento dos mercados – confira o calendário de balanços desta semana. No exterior, há balanços da Coca-Cola (COCA34) e da Visa (VISA34).
Mercado financeiro hoje: os destaques desta terça-feira
Como estão as bolsas internacionais hoje?
Os futuros de Nova York perderam fôlego, com apenas o Dow Jones futuro subindo. As bolsas europeias operam sem direção única, diante de balanços corporativos mistos na região.
As ações do Deutsche Bank (DBAG34) e do HSBC (H1SB334) avançam nas bolsas de Frankfurt e Londres, com investidores animados com os resultados do primeiro trimestre. Mas os papéis da petrolífera britânica BP (B1PPB34) cediam mais de 4% no pregão inglês, por causa de lucro abaixo do esperado.
Em relação à guerra comercial, o presidente dos EUA, Donald Trump, deverá suavizar o impacto de suas tarifas automotivas, segundo fontes. A expectativa em torno da medida ajuda a impulsionar ações da General Motors (GMCO34) e Ford (FDMO34) no pré-mercado. Trump pode anunciar as medidas nesta terça-feira, antes de uma viagem a Michigan, onde participa de um comício pelos 100 dias de governo.
O índice de aprovação de Donald Trump, segundo a mais recente pesquisa da CNN, está em 41% — o mais baixo para qualquer presidente recém-eleito em seus primeiros 100 dias desde, pelo menos, Dwight Eisenhower (1953–1961).
O petróleo amplia perdas registradas no dia anterior, pressionado por temores persistentes sobre a demanda global na ausência de um acordo comercial entre EUA e China e diante do risco de aumento maior da oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) em junho. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para junho caía 1,31%, enquanto o do Brent para julho recuava 1,47%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 0,28%, cotado a 709 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 97,19 em Dalian, na China.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale(VALE3) subiam 0,42% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras(PETR3; PETR4) operavam na contramão, caindo 0,43%.
O que esperar para o Ibovespa hoje?
A falta de fôlego em NY e a queda do petróleo podem limitar o apetite do investidor no Ibovespa hoje, após o indicador fechar com o maior nível desde setembro de 2024 no último pregão.
As atenções devem se concentrar na coletiva com Galípolo e Guillen antes do início do período de silêncio pré-Copom, que começa na quarta-feira (30). Na véspera, o presidente do BC mostrou cautela e reforçou o incômodo da instituição com a desancoragem das expectativas de inflação no Brasil. “Queremos entender em que nível e por quanto tempo temos de deixar os juros”, afirmou.
Os números do Governo Central também serão observados no mercado financeiro hoje. O mercado projeta superávit primário de R$ 1,223 bilhão em março, após saldo negativo de R$ 31,763 bilhões em fevereiro.