O Dow Jones caiu 0,24%, aos 41.218,83 pontos, o S&P 500 recuou 0,64%, a 5.650,38 pontos, e o Nasdaq teve queda de 0,74%, aos 17.844,24 pontos. Os dados são preliminares.
Os índices iniciaram o dia em queda, mas chegaram a se recuperar após indicadores econômicos amenizarem os temores de uma recessão nos EUA. Declarações do secretário do Tesouro, Scott Bessent, também buscaram acalmar os mercados após o anúncio de novas tarifas comerciais por Trump. O alívio, no entanto, não foi suficiente para sustentar a melhora no fim do dia.
No cenário corporativo, o setor de entretenimento teve desempenho fraco, as ações da Netflix caíram quase 2%, enquanto a Warner Bros (1,99%) e Paramount (1,57%) também recuaram. A Comcast ficou praticamente estável (-0,03%).
A Berkshire Hathaway classe A caiu 5,0% após Warren Buffett anunciar que deixará o cargo de CEO. Já a Tyson Foods recuou 7,8% após divulgar resultados trimestrais.
No setor de energia, Chevron (-2,2%) e Exxon Mobil (-2,8%) caíram cerca com a pressão dos preços do petróleo. Por outro lado, a Newmont Mining subiu 2,9%, acompanhando a valorização do ouro. A Strategy caiu 1,99%, em linha com a correção recente no preço do bitcoin.
No radar dos investidores, além da decisão do Fed, seguem os desdobramentos da guerra comercial. O governo americano afirmou estar próximo de firmar acordos com vários países, “exceto a China”, e a Casa Branca ponderou que ainda não há decisão final sobre novas tarifas anunciadas por Donald Trump no fim de semana.
Juros dos EUA avançam
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos subiram nesta segunda-feira, após os índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) do setor de serviços americano mostrarem que, apesar de perder força, a atividade econômica do país segue em expansão, o que deve ajudar na decisão do Federal Reserve (Fed) de manter os juros na faixa de 4,25% a 4,50% na quarta-feira.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,834%. O rendimento da T-note de 10 anos subia para 4,336%, enquanto o T-Bond de 30 anos avançava para 4,824%.
Os juros dos Treasuries ampliaram o movimento de alta após o Departamento do Tesouro dos EUA leiloar US$ 58 bilhões de T-notes de 3 anos com demanda abaixo da média recente. O leilão ocorre após o ministro das Finanças japonês, Katsunobu Kato, afirmou neste domingo que “não pretende usar a possibilidade” de vender os seus títulos da dívida pública americana como vantagem nas negociações comerciais”, recuando de comentários anteriores.
O PMI de serviços medido pelo ISM avançou pelo décimo mês consecutivo e superou a previsão dos analistas consultados pela FactSet. Já o PMI de serviços da S&P Global recuou, mas ficou um pouco acima da previsão. Em meio às incertezas sobre o impacto das tarifas americanas sobre a inflação e economia dos EUA, os investidores seguem precificando expectativas de manutenção da taxa de juros pelo Fed, com o possível início dos cortes na reunião de julho. A leitura da atividade de serviços é um dos poucos indicadores disponíveis antes da próxima decisão do banco central americano.
Moedas globais: dólar recua
O dólar perdeu força frente às principais moedas globais, após o presidente Donald Trump reacender preocupações com sua política comercial no domingo, ao ameaçar impor uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos Estados Unidos. Comentários desta segunda-feira, no entanto, ofereceram um contraponto, ainda que com pouco efeito para tirar a pressão sob a moeda americana. Os investidores também tentam se antecipar à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed)na quarta-feira.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, recuou 0,20%, para 99,831 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caía para 143,84 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1320 e a libra esterlina era negociada em alta, a US$ 1,3294.
A ameaça de Trump sobre a tarifa aos filmes estrangeiros reduziu o otimismo da semana passada sobre uma possível diminuição das tensões comerciais, afirma a analista do Swissquote, Ipek Ozkardeskaya.
Apesar disso, o dólar ganhou algum alívio no início da tarde, avançando contra o euro e a libra, após o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmar que o país está perto de fechar acordos comerciais com diversos parceiros e expressar confiança no avanço nas negociações com a China.
Outra notícia positiva para o dólar foi o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos EUA, que superou as expectativas.
Em meio a incertezas sobre o impacto das tarifas americanas sobre a inflação e economia do país, os investidores seguem precificando a manutenção da taxa de juros pelo Fed nesta semana, possivelmente sinalizando cortes a partir de julho.
O Fed deverá manter as taxas de juros inalteradas na quarta-feira, uma decisão que provavelmente não dará muito suporte ao dólar, diz em nota o analista de câmbio da UniCredit, Roberto Mialich.
Perto das 16h47, o dólar americano reduzia a queda a 29,064 dólares de Taiwan, após mínima de 28,86 dólares taiwaneses mais cedo e 30,751 dólares taiwaneses na sexta-feira. O BC de Taiwan negou especulações de que os EUA teriam pedido para elevar o valor do dólar taiwanês como parte de exigências para um acordo comercial.
*Com informações da Dow Jones Newswires