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Colunista

Resiliência e dividendos: as 12 ações do Ibovespa que sempre entregaram lucro

Levantamento expõe um grupo seleto de ativos resilientes e, em sua maioria, pagadores de dividendos generosos

(Foto: Adobe Stock)
(Foto: Adobe Stock)

Mesmo com a volatilidade do mercado e os sobressaltos do cenário macroeconômico, algumas ações da carteira do Ibovespa demonstraram uma força rara: entregaram rentabilidade positiva em todas as janelas móveis de 12 meses entre maio de 2023 e abril de 2025.

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Esse levantamento exclusivo da consultoria Elos Ayta revela mais do que boa performance: expõe um grupo seleto de 12 ativos resilientes e, em sua maioria, pagadores de dividendos generosos.

O que significa vencer em todas as janelas?

A vantagem de se analisar diferentes recortes temporais móveis de 12 meses é que conseguimos replicar o ponto de vista do investidor que entrou no mercado em um momento qualquer e permaneceu com determinado ativo na mão pelo período de um ano.

A primeira janela de tempo considerada pelo estudo da Elos Ayta vai de 31 de maio de 2023 a 31 de maio de 2024; a última, de 30 de abril de 2024 a 30 de abril de 2025.

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Assim testamos a consistência dos retornos ao longo do tempo, captando ciclos de alta e baixa, sazonalidade e eventos pontuais. Ações que geram retornos somente se e quando o investidor acerta o timing perfeito de entrada não são, afinal, tão boas assim.

Já um papel que vence em 12 janelas móveis é menos refém do acaso. Ele está mais blindado contra oscilações curtas e oferece segurança maior para o investidor de longo prazo. Observar diferentes janelas temporais é, portanto, uma forma mais realista de entender se um ativo é mesmo confiável, sobretudo para quem investe com regularidade.

Das 87 ações do Ibovespa, apenas uma dúzia conseguiu manter rentabilidade positiva em todas as 12 janelas. Ou seja: independentemente da data de entrada (entre maio de 2023 e abril de 2024), quem segurou esses papeis por um ano inteiro não perdeu dinheiro.

Destaques: Embraer, proteínas e seguradoras

A líder absoluta foi a Embraer (EMBR3), com mediana de retorno de 145,62%. Mesmo no seu pior momento, o ganho foi de 90,48% — ou seja, quase dobrando o capital investido. É sem dúvida um resultado fora da curva, especialmente quando lembramos que a empresa não distribuiu dividendos, preferindo reter o lucro para investimento.

Logo em seguida, aparecem três representantes do setor de proteínas: BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3). A força da exportação, o dólar valorizado e a reestruturação operacional de algumas dessas empresas explicam em parte o bom desempenho.

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As seguradoras também marcam forte presença: Caixa Seguridade (CXSE3), Porto Seguro (PSSA3) e BB Seguridade (BBSE3) mostraram que a combinação de baixo risco, receitas recorrentes e bons dividendos é uma receita ainda eficaz para gerar valor ao investidor.

Ações da carteira do Ibovespa com retornos positivos em 12 meses nos últimos 12 meses
Empresa Embraer BRF SA Marfrig JBS Santos Brp Direcional Sabesp Weg Caixa Seguridade Porto Seguro Cemig BB Seguridade
Código EMBR3 BRFS3 MRFG3 JBSS3 STBP3 DIRR3 SBSP3 WEGE3 CXSE3 PSSA3 CMIG4 BBSE3
Setor Material aeronáutico e de defesa Carnes e derivados Carnes e derivados Carnes e derivados Serviços de apoio e armazenagem Incorporações Água e saneamento Motores compressores Seguradoras Seguradoras Energia elétrica Seguradoras
Retorno % 12 meses até mai/24 90,48 128,54 70,85 81,32 23,64 44,75 43,05 1,74 57,21 35,13 24,29 14,03
jun/24 94,98 154,43 70,98 84,82 43,59 38,59 34,88 13,71 50,41 14,76 12,31 16,85
jul/24 136,68 115,78 53,30 79,55 45,06 42,88 54,57 28,82 44,69 12,60 25,18 23,40
ago/24 140,28 190,15 96,49 100,74 61,35 54,93 66,46 53,78 67,10 37,48 43,69 30,35
set/24 178,57 132,09 91,30 84,93 84,48 73,43 50,75 52,73 43,90 46,16 39,89 22,64
out/24 175,61 145,83 142,88 89,72 107,84 98,14 60,55 66,94 40,56 59,49 47,48 20,12
nov/24 170,37 73,19 93,11 74,58 85,41 59,57 40,07 60,68 36,37 42,43 63,70 15,50
dez/24 150,96 88,75 104,87 58,22 69,77 27,55 19,51 45,53 18,51 31,61 42,18 15,92
jan/25 162,07 61,29 97,05 64,23 58,41 48,93 22,05 73,23 13,94 56,93 39,77 21,32
fev/25 185,39 22,05 60,66 45,91 53,42 39,82 22,12 33,22 16,00 39,38 36,60 25,15
mar/25 97,39 23,95 104,41 107,61 22,06 38,27 22,56 20,43 4,68 37,37 20,46 36,65
abr/25 94,66 38,22 165,24 113,49 21,79 75,76 45,65 14,68 10,60 55,75 24,70 46,46
Retorno % Mínimo 90,48 22,05 53,30 45,91 21,79 27,55 19,51 1,74 4,68 12,60 12,31 14,03
Mediana Retorno 12 meses % 145,62 102,26 94,80 83,07 55,91 46,84 41,56 39,37 38,47 38,43 38,18 21,98
Dividend Yield % 30 Abr 12M 0,00 4,17 29,99 21,33 6,33 14,28 4,62 1,98 5,27 7,30 12,25 11,50

*Elos Ayta

Dividendos: o bônus da consistência

O dividend yield (retorno com dividendos, ou DY) das 12 ações revela um padrão claro: praticamente todas pagaram proventos relevantes nos 12 meses encerrados em abril de 2025.

Merecem destaque a Marfrig (MRFG3), com 29,99% de DY; JBS (JBSS3), com 21,33%; Direcional (DIRR3), com 14,28%; Cemig (CMIG4), com 12,25%; e BB Seguridade (BBSE3), com 11,50%.

Esses rendimentos não apenas superaram o índice de dividendos (IDIV), que foi de 10,71%, como também mais que dobraram o retorno médio do CDI no período.

Dividendos funcionam simultaneamente como colchão e como bônus. Nos períodos em que o preço de uma ação não sobe tanto, dividendos ajudam a suavizar retornos. Quando o preço sobe junto, o total return explode — como se vê nos casos de Marfrig e JBS.

Retorno + consistência + renda

A união entre resiliência de preços e distribuição de dividendos nos permite ir construindo um perfil de ação ideal: aquela que protege capital em cenários adversos, gera renda recorrente e, sempre que possível, oferece potencial expressivo de valorização.

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Se o investidor busca uma carteira sólida, capaz de resistir ao tempo e ainda gerar retorno satisfatório, o caminho está dado. Em um mercado tão instável quanto o brasileiro, essa combinação é mais do que desejável — é uma das chaves para a tranquilidade financeira no longo prazo.

Mesmo assim, é importante ter em mente que retornos passados não garantem retornos futuros. A performance histórica é um farol, mas não substitui a análise criteriosa dos fundamentos de cada empresa na hora de investir.

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