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Mas será que essa é uma vitória para todos? Ou estamos diante de um daqueles casos em que o benefício individual esconde um custo coletivo relevante?
À primeira vista, juros elevados parecem uma ótima notícia para quem investe. Mas, por trás desse cenário, existe um custo invisível — e pesado — que afeta toda a sociedade.
Esse valor adicional não surge do nada: o valor necessário para acomodar o novo custo da dívida é retirado do orçamento público, que financia áreas essenciais como hospitais, escolas, universidades, programas sociais, infraestrutura e segurança. Assim, quando os juros sobem, fica cada vez mais difícil investir nestas áreas fundamentais.
Quando o Banco Central eleva a Selic, o crédito fica mais caro, o consumo diminui, os investimentos recuam — e a atividade econômica desacelera.
O resultado? Menos crescimento, menos empregos e menor arrecadação de impostos. Esse movimento cria um verdadeiro círculo vicioso:
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No fim das contas, a política monetária perde eficiência. O país entra num labirinto de baixo crescimento, alto custo social e vulnerabilidade fiscal.
“Mas minha renda fixa está rendendo bem…”
Sim, isso é fato, e embora o investidor de renda fixa comemore rendimentos mais altos, essa vitória é relativa. Se o país cresce menos, a base produtiva enfraquece, o desemprego aumenta e os riscos de instabilidade fiscal e social se elevam.
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Com o tempo, isso se traduz em volatilidade nos mercados, perda de valor dos ativos e redução real do poder de compra.
Portanto, enquanto os extratos individuais mostram ganhos, o custo coletivo pode ser alto, recaindo sobre toda a sociedade.
É importante dizer que a alta da taxa de juros não deve ser demonizada. Ela é uma ferramenta legítima para o controle da inflação. Entretanto, como qualquer ferramenta de política econômica, deve ser utilizada com cautela e critérios rigorosos, especialmente em um país que enfrenta desafios estruturais complexos.
Precisamos de uma discussão madura quanto ao período aceitável para manter juros elevados, analisar os impactos no futuro fiscal e no crescimento da economia, considerando as consequências para os setores que mais dependem do investimento estatal.
Recomendo que você mantenha o rigor no gerenciamento de seu plano de investimentos, não negligencie a diversificação e lembre-se que informação continua sendo sua melhor aliada. Siga acompanhando de perto os indicadores econômicos, as decisões do Copom e as tendências do cenário global.
Busque fontes confiáveis, referências acadêmicas e de instituições financeiras reconhecidas para embasar as decisões, lembrando ainda que somente analistas CNPI são credenciados para recomendações de investimento, portanto, mais do que nunca, cuidado com “dicas da internet”.
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Aproveito para te convidar a assistir a live que fiz na quarta-feira (7), no meu canal do YouTube analisando como ficam os investimentos com a nova alta da Selic. E lembre-se: o “dinheiro trabalhando por você” nunca é de graça: em algum lugar da economia, alguém está pagando a conta e normalmente ela recai sobre todos nós, enquanto sociedade – portanto, saber proteger seus investimentos é fundamental.
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