O Dow Jones subiu 2,81%, aos 42.410,34 pontos; o S&P 500 avançou 3,26%, aos 5.844,19 pontos; e o Nasdaq fechou em alta de 4,35%, aos 18.708,34 pontos. Os dados são preliminares.
O acordo firmado entre Washington e Pequim é “uma notícia muito positiva para o setor de tecnologia, pois as preocupações com a cadeia de suprimentos serão significativamente reduzidas”, afirma o analista da Wedbush, Dan Ives.
A Amazon.com saltou 8,12%, a Meta Platforms subiu 7,92%, a Apple avançou 6,31% e a Nvidia ganhou 5,44% nesta segunda-feira. As ações da Tesla fecharam o dia com alta de 6,75%. A fábrica de carros mais produtiva da montadora de veículos elétricos está localizada na China, e o país representou 22% da receita total da empresa americana no ano passado.
Já os papéis da NRG Energy saltaram 26,3% após a empresa anunciar a aquisição de um portfólio de instalações de geração de gás natural da LS Power Equity Advisors pelo valor de US$ 12 bilhões. Na contramão do mercado, que abandonava ativos de segurança após o acordo entre EUA e China, a mineradora de ouro Newmont despencou 5,9% com a queda dos preços do metal precioso. As ações de empresas chinesas listadas nos EUA também subiram.
A Alibaba ganhou 5,76%, a JD.com subiu 6,5% e a Baidu avançou 5,1% e a PDD Holdings teve alta de 6,1%. A Gryphon Digital Mining saltou 173% após acordo com a American Bitcoin, apoiada por Eric Trump. Contato: [email protected] *Com informações da Dow Jones Newswires
Juros dos EUA sobem
Os rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos subiram nesta segunda-feira, depois de Washington e Pequim chegarem a um acordo para reduzir as tarifas de ambos os lados por um período de 90 dias. O anúncio, feito ainda nas primeiras horas do dia, incentivou a busca por ativos de risco em Wall Street, levando os investidores a venderem títulos da dívida americana.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 4,001%. O rendimento da T-note de 10 anos subia a 4,468%, enquanto o T-Bond de 30 anos avançava para 4,901%.
Os títulos de vencimento mais curto lideraram as altas, refletindo a melhora nas perspectivas econômicas para os EUA e, potencialmente, ampliando a visibilidade para as decisões de política mondetária do Federal Reserve.
Os rendimentos dos títulos com vencimentos mais curtos lideram as altas porque o acordo reduz a necessidade de o Federal Reserve (Fed) cortar as taxas de juros ao minimizar o risco de recessão nos EUA.
Por outro lado, o índice de inflação ao consumidor dos EUA em 12 meses até abril, que será divulgado amanhã, ficará no radar. Analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast projetam alta de 0,27% no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no mês passado. Na taxa anual, a previsão mediana é de avanço de 2,4%, ante variação similar no levantamento anterior.
Atualmente, o sentimento pode importar mais do que a substância para a confiança do mercado, afirma a Stuart Rumble, da Fidelity International.
Na avaliação da gestora de ativos Eurizon, a alta nos rendimentos dos Treasuries dos EUA é preocupante e sugere que a dívida e a política fiscal dos EUA ainda assustam os investidores.
Após semanas de uma venda tripla de ações, dólares e títulos da dívida americana, devido a incertezas sobre as tarifas, as boas notícias sobre os acordos comerciais dos EUA, especialmente com a China, impulsionaram as ações e o dólar, mas não reverteram as vendas dos Treasuries.
“Apesar das implicações positivas lógicas desses acordos para o crescimento, os níveis persistentemente altos das taxas dos Treasuries sugerem que a trajetória fiscal dos EUA ainda é uma preocupação”, afirma a Eurizon.
As negociações em andamento no Capitólio sobre o orçamento americano serão fundamentais para o mercado de títulos, acrescenta a gestora.
Moedas globais: dólar avança
O dólar avança mais de 1%, impulsionado pelo alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. As duas maiores economias do mundo anunciaram a suspensão temporária da maior parte das tarifas aplicadas uma contra a outra, o que levou a moeda americana a tocar a máxima em um mês durante o pregão.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 1,44%, a 101,788 pontos, após ter tocada a máxima de 101,977. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 148,40 ienes, enquanto o euro caía para US$ 1,1090 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3179.
Segundo Erkin Kamran, CEO da Forex Traze, o alívio nas preocupações sobre a economia dos EUA e a redução das apostas em cortes de juros explicam o impulso recente da moeda americana. O Commerzbank avalia que a trégua reduz os riscos de recessão e aceleração inflacionária para os americanos.
Ainda assim, analistas do Goldman Sachs ponderam que o avanço do dólar deve ser visto com cautela. “O acordo é apenas um adiamento de 90 dias, e não uma retirada definitiva das tarifas, o que mantém a incerteza elevada quanto ao desfecho das negociações comerciais”, escreveram em relatório.
Para George Saravelos, estrategista do Deutsche Bank, os efeitos positivos de uma melhora no comércio global tendem a beneficiar mais as outras economias do que os próprios EUA. “Isso pressiona o dólar, especialmente frente a moedas sensíveis ao crescimento global”, diz.
O dólar subia mais de 1,5% frente ao iene e ao franco suíço, moedas tradicionalmente consideradas refúgios em momentos de aversão a risco. “Com o avanço das bolsas globais, essas divisas sofreram grandes perdas”, comentou Lynn Song, economista do ING.
A libra recuava frente ao dólar, com os investidores atentos a uma semana cheia de dados no Reino Unido, entre eles, os indicadores de emprego e PIB. Já o euro pode ganhar força contra o dólar, segundo Song, diante da expectativa de aumento no estímulo fiscal por parte da Alemanha.
*Com informações da Dow Jones Newswires