A SLC Agrícola (SLCE3) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 510,7 milhões, resultado 123,1% superior ao obtido no mesmo período do ano passado. O avanço foi impulsionado principalmente pela recuperação da produtividade da soja na safra 2024/25 e pelo crescimento no volume comercializado de algodão. A receita líquida totalizou R$ 2,33 bilhões no trimestre, alta de 19,1% na comparação anual, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 943,7 milhões, expansão de 34% no mesmo intervalo.
Segundo a companhia, o desempenho operacional foi favorecido pelo aumento da área plantada, maior produtividade e efeito positivo da marcação a valor justo dos ativos biológicos. “A colheita da soja foi totalmente finalizada, atingindo 3.958 kg/ha, 21,3% superior ao ano anterior e 0,5% inferior ao projeto inicial”, informou a empresa em relatório. No algodão, a produtividade média esperada é de 1.917 kg/ha,
praticamente estável frente à safra anterior. Para o milho, a expectativa é de 7.354 kg/ha, 3,7% acima do ciclo passado.
O resultado bruto totalizou R$ 1,08 bilhão no trimestre, crescimento de 66,5% ante o primeiro trimestre de 2024. A soja foi responsável por R$ 603,8 milhões desse total, com alta de 102,4% na margem bruta da cultura. No caso do algodão, o resultado bruto foi de R$ 325,3 milhões, queda de 20,3% na base anual, em razão da elevação do custo unitário da safra 2023/24 e da redução nos preços realizados.
A companhia informou que a área plantada na safra 2024/25 chegou a 727,4 mil hectares, com avanço de 10% em relação à safra anterior. A soja representou 51,9% do mix de culturas, seguida pelo algodão (24,6%) e pelo milho de segunda safra (16,9%).
O trimestre também foi marcado por forte expansão de investimentos. O Capex somou R$ 1,03 bilhão, dos quais R$ 842 milhões foram destinados à aquisição de terras, representando 81% do total. A SLC informou a compra de 39.987 hectares no município de São Desidério (BA) e de 7.835 hectares em Unaí (MG). Outros R$ 122,9 milhões foram investidos em máquinas e equipamentos, além de R$ 26,2 milhões em correção de solo.
A dívida líquida ajustada aumentou R$ 1,5 bilhão no trimestre, encerrando o período em R$ 5,2 bilhões. A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado subiu de 1,80 vez ao fim de 2024 para 2,27 vezes no encerramento de março. A geração de caixa livre ajustada foi negativa em R$ 1,42 bilhão, devido aos desembolsos com insumos, terras e aquisição da participação remanescente da SLC LandCo.
Para a safra 2025/26, a empresa anunciou a aquisição da Sierentz Agro Brasil Ltda., operação com 100 mil hectares de área arrendada. O controle da nova operação será assumido a partir de julho de 2025. A área total plantada projetada para o próximo ciclo representa um aumento de 13,6% em relação à área da safra atual.
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A companhia também destacou avanços na política de hedge. Na soja, 83,7% da produção da safra 2024/25 já está protegida em câmbio e 80,5% em preço. No milho, a posição chega a 71,5% no câmbio. No algodão, os percentuais são de 90,2% e 49,6%, respectivamente.