A equipe de análise do Santander (SANB11) considera que a principal surpresa negativa no balanço da Eletrobras (ELET3) no primeiro trimestre de 2025 foi o impacto maior do que o esperado da diferença de preço spot entre os submercados. Por outro lado, os analistas do banco destacaram positivamente o bom desempenho dos custos gerenciáveis e o avanço na gestão de passivos, em particular com redução de provisões e aumento das vendas de energia no mercado livre.
No período, a empresa registrou prejuízo líquido, frustrando boa parte do mercado, que esperava um lucro bilionário. O Santander citou que o resultado recorrente ficou 5,5% abaixo de suas expectativas. Embora o grande impacto tenha sido a queda na receita de transmissão, em decorrência do processo de revisão tarifária para os contratos de concessão renovados, os analistas Andre Sampaio, Guilherme Lima e João Pedro Herrero destacaram também o impacto da diferença de preço spot entre os submercados, mas salientaram que tal impacto foi parcialmente compensado pelos preços médios 10,4% mais altos na geração e o melhor déficit hídrico em relação ao ano anterior.
A equipe destacou que as provisões no balanço patrimonial diminuíram R$ 0,2 bilhão, enquanto as contingências fora do balanço foram reduzidos em R$ 0,4 bilhão e os empréstimos compulsórios caíram R$ 447 milhões.
Já na frente de comercialização, os analistas citaram que ao longo do primeiro trimestre a Eletrobras vendeu no mercado livre 756 MW médios com entrega para 2025, 500 MW médios para 2026 e 250 MW médios para 2027. Com isso, a exposição à energia descontratada reduziu 280 MW médios para 2025, 403 MW médios para 2026 e 181 MW médios para 2027.