Fachada do Banco do Brasil (BBAS3). Foto: Adobe Stock
A presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, defendeu nesta sexta-feira (16) a entrada antecipada do banco em relação aos pares no novo crédito consignado privado, conhecido como consignado CLT. A fala foi proferida após questionamentos do E-Investidor sobre a estratégia do banco de apostar em um produto que é visto como arriscado por seus concorrentes, em um período de alta de inadimplência e provisões do banco.
Na visão da executiva, o modelo do negócio é rentável e tem base sólida com uma análise de crédito estruturado pela empresa em 2024. “Nós já havíamos montando convênios com empresas do setor privado para fazer a concessão no ano passado, quando o modelo atual não existia. Traçamos esse plano no segundo trimestre do passado e, por isso, nos sentimos confortáveis em colocá-lo em prática. A aprovação do novo consignado privado calhou com uma estratégia de crescimento do banco”, disse Medeiros.
O Banco do Brasil ultrapassou os R$ 3 bilhões concedidos através do novo crédito consignado privado desde o começo das concessões, em março deste ano. Conforme o banco, foram contratadas operações em mais de 4,7 mil cidades do País. O banco é o único incumbente a entrar com maior velocidade no programa.
Itaú, Santander e Bradesco estão conservadores com o consignado privado no início
O CEO do Itaú(ITUB4), Milton Maluhy Filho, disse no dia 9 de maio que o risco do empréstimo consignado CLT é muito diferente daquele das outras operações de crédito. O executivo lembrou que o Itaú ainda não entrou com grande apetite no programa devido aos riscos de crédito e pela linha ainda estar em uma fase muito inicial de operação. No entanto, isso não significa que o banco não tem interesse no novo produto.
“O risco de uma operação de consignado privado é muito diferente das outras operações. Primeiro, há antecipação do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), esse é o menor risco de todos. Depois vem o consignado para as aposentadorias. Em terceiro aparece o consignado público e, depois, o privado”, explicou o presidente do Itaú, que segue a linha mais conservadora, como a do Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11).