O Bank of America (BofA) avalia que o rebaixamento do rating (avaliação que mostra o risco de crédito de uma empresa)
dos Estados Unidos pela Moody’s, de ‘Aaa’ para ‘Aa1’, é negativo para o sentimento dos investidores, mas não deve causar uma venda forçada no mercado de títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries), que são os títulos do Tesouro americano. Na manhã desta segunda-feira (19), os rendimentos mais longos operaram em alta, com o mercado digerindo os efeitos da medida.
A Moody’s é a terceira – e última – grande classificadora a rebaixar a nota de crédito dos EUA. A S&P Global Ratings puxou a fila, em 2011, e foi seguida pela Fitch Ratings, em 2023.
“Espera-se que o rebaixamento tenha um impacto negativo no sentimento do mercado de Treasuries dos EUA, mas é improvável que resulte em qualquer venda forçada”, diz o diretor de estratégia de taxas dos EUA do Bank of America, Mark Cabana.
Ele pondera que rebaixamentos anteriores no rating dos EUA não causaram grande impacto no mercado de Treasuries. Mudanças macroeconômicas são muito mais importantes, avalia.
O Citi também avalia que a decisão da Moody’s não deve afetar fluxos de recursos para os ativos americanos, mas impacta o sentimento dos investidores. “Isso ocorre em um momento ruim para o sentimento, com o espaço fiscal se movendo na direção errada devido a tarifas mais baixas e o potencial impulso fiscal aumentando por conta do ‘Big, Beautiful Bill'”, diz o analista do banco americano, Adam Pickett.
Ontem, o Comitê do Orçamento da Câmara dos EUA aprovou o projeto de lei orçamentário proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que visa a estender os cortes de impostos de seu primeiro mandato, em 2017.
Para o Citi, isso deve abrir caminho para que o tema também consiga o aval da Câmara na próxima semana. Os Republicanos querem aprovar o projeto de lei até 26 de maio na Câmara e até 4 de julho no Senado.
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O Bank of America alerta que a trajetória fiscal dos EUA vai piorar com a versão do Senado e provavelmente resultará em déficits anuais de 7% a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) americano nos próximos 10 anos.