B3, a bolsa de valores brasileira. (Foto: Adobe Stock)
O Morgan Stanley elevou a recomendação para as ações brasileiras de neutra para overweight, o que indica desempenho acima da média do mercado, em relatório enviado hoje a clientes. A mudança ocorre há pouco mais de um mês de o gigante de Wall Street ter feito sua última melhora para os papéis do Brasil.
“O Brasil está barato”, dizem os analistas do Morgan Stanley, Nikolaj Lippmann, Juan Ayala e Julia Nogueira. O banco está adicionando exposição a instituições financeiras, estatais e concessões.
De acordo com os analistas do Morgan, um dólar potencialmente mais fraco, taxas de juros globais mais baixas, o que poderia beneficiar o Brasil por meio do canal financeiro, e um acordo relativamente bom em tarifas são ventos favoráveis para o País.
Eles alertam que os riscos fiscais para o Brasil “permanecem altos”. No entanto, o calendário eleitoral nos próximos 18 meses abre a oportunidade para iniciar uma mudança de política “muito necessária” no País, especialmente na área fiscal.
Mas a disputa presidencial no Brasil ainda segue aberta, avaliam os analistas. O índice de aprovação líquida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato está acompanhando o do ex-presidente Jair Bolsonaro no mesmo período no poder, observam.
“Embora ainda estejamos a cerca de 18 meses da próxima eleição presidencial no Brasil (outubro de 2026), vemos sinais de enfraquecimento do apoio à plataforma política atual em relação à história”, dizem os analistas do Morgan.
O gigante de Wall Street não espera uma mudança nas políticas do Brasil antes de 2027, mas a possibilidade de uma alteração à frente poderia deslocar um pouco o risco-retorno para as ações. Segundo eles o risco-retorno do Brasil está atrativo. O cenário pessimista permanece inalterado, mas é menos provável, e o cenário otimista agora é mais provável, avaliam.
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Os analistas do Morgan Stanley dizem que estão mais otimistas com a América Latina, em especial com o Brasil. Para além disso, citam a Argentina também com recomendação overweight. “As questões fiscais são o risco número um para o Brasil, Colômbia e Argentina, enquanto no México elas estão aumentando”, reforçam.