As novas regras do Ensino à Distância (EAD) devem elevar os custos e as mensalidades da Cogna(COGN3), disseram os analistas do Itaú BBA em relatório enviado aos clientes. Os analistas afirmam que em conversa com executivos da companhia eles reconheceram que as medidas devem elevar o ticket médio de seus cursos, mas que o valor seria repassado para os alunos.
Embora a Cogna acredite que a nova regulamentação do EaD deva ser benéfica em termos relativos, pode haver um aumento limitado nos custos operacionais. A nova regulamentação exige uma carga horária presencial mínima de 70% em comparação com os 60% anteriores.
A Cogna estima que essa mudança se traduzirá em um custo adicional de R$ 30 por aluno por mês nos cursos presenciais, representando cerca de 4% do ticket médio. “Como a empresa tem se concentrado cada vez mais em oferecer cursos com maior LTV (Lifetime Value, métrica que representa o valor que o cliente pode gerar para a empresa) nessa modalidade, os executivos acreditam que a Cogna deverá conseguir repassar esse aumento por meio dos preços”, dizem Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio, que assinam o relatório do Itaú BBA.
Na modalidade híbrida, ou semipresencial, a nova regulamentação estabelece que os cursos de saúde, formação de professores e engenharia não podem mais ser oferecidos em formato de ensino à distância. Os cursos de saúde e engenharia da Cogna devem ter uma carga horária mínima de 40% presencial e 20% de conteúdo síncrono assistido, enquanto os cursos de formação de professores devem ter no mínimo 30% presencial e 20% de conteúdo síncrono assistido. “A Cogna estima que essas mudanças resultarão em um custo adicional de R$ 10 por mês para cada aluno, representando cerca de 4% do ticket médio do ensino à distância”, explicam.
Qual será o impacto da nova medida no EAD da Cogna?
Já nos cursos à distância da Cogna, a empresa diz que as aulas atuais incluam atividades de estágio que atendem ao requisito mínimo de 10% presencial, a nova regulamentação também exige um adicional de 10% de conteúdo síncrono facilitado por um mediador pedagógico. A companhia disse esperar que isso resulte em um custo extra de R$ 5 por aluno por mês, representando cerca de 2% do ticket médio do EaD.
“A empresa também observou que o custo de um mediador pedagógico deve ser semelhante ao de um tutor acadêmico atual, sendo de 50% a 60% menor do que o custo de um professor regular”, detalham os analistas. Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio pontuam haver muito a discutir durante o período de adaptação para determinar se veremos impactos já na admissão do segundo semestre de 2025.
“Embora acreditemos que a economia por aluno deva ser abordada por meio de aumentos de preços, ainda há uma variável difícil de quantificar: o quanto o mercado alcançável pode encolher devido à potencial redução no alcance do ensino à distância com requisitos mais elevados e menor acessibilidade. No entanto, ainda prevemos ganhos substanciais de participação de mercado para empresas híbridas maiores”, conclui a equipe do Itaú BBA, que publicou o relatório sobre a Cogna (COGN3).