O Santander atualizou, em relatório divulgado nesta sexta-feira (13), o preço-alvo da Prio (PRIO3) de R$ 40 para o final de 2025 pelo valor de R$ 55 para o final de 2026, o que representa um potencial de valorização de 27,26% frente ao último fechamento, então de R$ 43,22. O banco, no entanto, manteve recomendação neutra para a ação.
“Elevamos nosso preço-alvo para refletir a recente aquisição de 60% adicionais do campo de Peregrino, incluindo a maior parte dos potenciais ganhos decorrentes do fato de a Prio passar a ser a operadora”, explicam os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, que assinam o relatório.
Pelos cálculos dos especialistas, a transação está avaliada em aproximadamente US$ 2,2 bilhões. A operação será feita em duas etapas: cerca de US$ 1,5 bilhão pela participação operacional (40%, com fechamento estimado para janeiro) e em torno de US$ 700 milhões pela participação restante (20%, com fechamento esperado para o terceiro trimestre de 2026).
No final de maio, o Bank of America (BofA) também subiu o preço-alvo da Prio levando em conta a incorporação da participação da petroleira em 60% do campo de Peregrino. Veja aqui a análise completa do BofA.
Segundo o Santander, a recomendação neutra para a Prio foi mantida devido à visibilidade limitada sobre o programa de trabalho da companhia para os próximos um a dois anos.
Além disso, a abordagem do banco para analisar a geração de caixa da empresa difere do consenso de mercado. Enquanto a maioria tende a focar no elevado fluxo de caixa livre recorrente – excluindo M&As (fusões e aquisições) e variações de dívida –, o Santander tem uma visão mais global, que inclui os pagamentos por aquisições e o refinanciamento de dívidas previstos para 2026 e 2027. Esses fatores se traduzem em um fluxo de caixa do acionista moderado para 2026 e grandes fluxos de caixa apenas em 2027.
Os analistas do banco também adiaram sua estimativa de início da produção no campo de Wahoo para o segundo trimestre de 2026. Antes, a expectativa era que começasse no primeiro trimestre do próximo ano. A alteração ocorre por conta de atrasos na liberação de licenças pelo Ibama.
“Embora acreditemos que o papel possa reagir a novidades sobre licenciamento, não enxergamos a Prio como uma tese de dividendos de curto prazo, o que geralmente sustenta as ações globais do setor, e acreditamos que o principal catalisador da ação será o início da produção em Wahoo”, concluem Almeida e Muniz.
Nesta sexta-feira, as ações da Prio sobem 1,85% a R$ 44,02 no pregão, embaladas pela valorização dos contratos futuros de petróleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para julho fechou em alta de 7,26%. O Brent para agosto, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 7,02%.