Juros: queda em títulos americanos favorece recuo, mas Copom pesa; entenda
A agenda do dia é escassa no Brasil e tem como destaque para o mercado de juros o leilão de títulos do Tesouro Nacional. Nos EUA, saem dados de vendas do varejo e produção industrial
A véspera da decisão de política monetária do Banco Central deve manter as taxas de juros oscilando em intervalos restritos, principalmente nos vencimentos curtos e intermediários, com os investidores apenas calibrando posições. Embora a maioria dos economistas preveja manutenção da taxa Selic nos atuais 14,75%, a curva de juros precifica cerca de 60% de chances de uma elevação residual de 25 pontos-base, antes de um “higher for longer”.
Apesar do compasso de espera, o contexto do dia é movimentado, com o noticiário sobre a tensão no Oriente Médio aquecido e, por aqui, com as atenções voltadas ao cenário político-fiscal. Segundo noticiou o Broadcast Político, o número expressivo de votos obtido ontem na aprovação do requerimento de urgência do projeto que susta os efeitos da medida que eleva o IOF fez a oposição bolsonarista provocar o governo Lula, acenando com o fantasma de um pedido de impeachment. Isso porque o quórum necessário para aprovar um impeachment na Câmara requer 342 votos, quatro a menos do que os 346 obtidos na aprovação do projeto ontem.
No exterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu na segunda-feira (16) que Teerã fosse evacuada e deixou a reunião de Cúpula do G7 no Canadá antes do previsto. O republicano negou hoje que tenha deixado antecipadamente a cúpula para negociar um cessar-fogo entre Israel e o Irã. Trump disse ainda que quer o fim permanente do conflito entre Israel e Irã, e não apenas um acordo de cessar-fogo.
A agenda do dia é escassa no Brasil e tem como destaque para o mercado de juros o leilão de títulos do Tesouro Nacional. Nos EUA, saem hoje dados de vendas do varejo e produção industrial.
“Hoje vemos um início de dia misto, com o DXY subindo, enquanto os Treasuries apresentam queda [nos juros]. Donald Trump defendendo evacuação de Teerã seria a principal causa das tensões. Essa sinalização volta a pressionar o petróleo, que tem alta próxima a 2% no momento. A Câmara aprovando a suspensão do decreto de aumento do IOF é mais um sinal de dificuldade do governo e devem tensionar os ativos”, afirmou Luís Felipe Laudisio, co-gestor da mesa de títulos públicos da Warren.