O Dow Jones caiu 0,70%, aos 42.215,80 pontos; o S&P 500 recuou 0,84%, aos 5.982,72 pontos; e o Nasdaq fechou em queda de 0,91%, aos 19.521,09 pontos.
As ações da Sunrun desabaram 40%, as da Enphase Energy recuaram 24% e as da First Solar caíram 18% depois que senadores republicanos apresentaram mudanças no projeto de lei fiscal e orçamentário de Trump que eliminariam gradualmente os créditos tributários para energia solar, eólica e outras fontes renováveis até 2028.
Na direção oposta, os papéis da Exxon Mobil e da Chevron subiram 1,35% e 1,93%, respectivamente, acompanhando a alta superior a 4% nos contratos futuros de petróleo.
A Verve Therapeutics disparou 81,5% após a Eli Lilly anunciar um acordo para adquirir a startup de edição genética por até US$ 1,3 bilhão. Pelo acordo, a Eli Lilly pagará US$ 10,50 por ação da Verve, totalizando cerca de US$ 1 bilhão, mais US$ 300 milhões condicionados ao cumprimento de determinados marcos clínicos. As ações da Eli Lilly caíram 2,03%.
A T-Mobile US recuou 4,14%. Segundo a Bloomberg, o SoftBank reduziu sua participação na operadora para financiar seus planos com inteligência artificial. A gigante japonesa levantou cerca de US$ 4,8 bilhões em uma venda em bloco não registrada de ações da T-Mobile, com 21,5 milhões de papéis vendidos a US$ 224, conforme os termos do acordo.
As ações da Lennar caíram 4,50% após a construtora divulgar lucro de US$ 1,90 por ação (excluindo perdas com investimentos em tecnologia) e receita de US$ 8,4 bilhões no segundo trimestre fiscal. O mercado esperava lucro de US$ 1,94 por ação e receita de US$ 8,2 bilhões.
Juros dos EUA caem
Os rendimentos dos Treasuries caíram nesta terça-feira, revertendo as altas de segunda-feira, em meio a sinais de intensificação do conflito entre Israel e Irã e de desaceleração da economia americana, que aumentaram as expectativas de um afrouxamento monetário do Federal Reserve (Fed).
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,943%. O rendimento da T-note de 10 anos cedia a 4,388%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,889%.
As vendas no varejo dos EUA registraram contração de 0,9% em maio ante abril, mais forte do que a previsão dos analistas consultados pela FactSet, que era de queda de 0,7%. Enquanto isso, a produção industrial americana caiu 0,2% no mesmo período, resultado que contrariou a expectativa aferida pela FactSet, de alta de 0,2%.
Os números reforçam sinais recentes de desaceleração da economia americana, estimulando apostas em cortes de juros do Fed à frente. A expectativa majoritária, entretanto, é de que o banco central dos EUA mantenha os juros inalterados em sua reunião de amanhã.
Segundo dados da LSEG, o mercado atualmente precifica dois cortes nas taxas do Fed em 2025.
Os rendimentos dos Treasuries já vinham caindo antes dos dados americanos, enquanto os investidores acompanhavam as atualizações do conflito entre Israel e Irã. À tarde, o movimento se intensificou em meio a relatos na imprensa americana de que o presidente dos EUA, Donald Trump, estaria considerando envolvimento direto no conflito.
O chefe de renda fixa da Madison Investments, Mike Sanders, destaca que os rendimentos dos títulos de longo prazo continuarão fortemente influenciados pelo déficit orçamentário dos EUA.
“Como o presidente do Fed, Jerome Powell tem dito consistentemente, precisamos controlar os gastos”, diz Sanders. “Não esperamos que o Fed intervenha para baixar os rendimentos de longo prazo, a menos que ocorra um erro grave na política fiscal”, diz Sanders.
Moedas globais: dólar opera em alta
O dólar operou em alta hoje, impulsionado pela escalada de tensões entre Irã e Israel no Oriente Médio. Além da continuação dos ataques entre ambos os lados, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma série de menções à uma possível intervenção americana na guerra. A semana conta ainda com importantes decisões de política monetária, como a do Banoc do Japão (BoJ, na sigla em inglês) na última madrugada, que manteve juros, anuncio que também é esperado após o fim da reunião do Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira, mas, nos dois casos, analistas observam as sinalizações para os próximos passos das autoridades.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,84%, a 98,820 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 145,27 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1487 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3487. No mesmo horário, a moeda americana avançava a 19,0225 pesos mexicanos.
O BoJ deixou a principal taxa de juros inalterada pela terceira vez consecutiva. O BoJ também informou que reduzirá as compras mensais diretas de Japanese Government Bonds (JGBs) para 2 trilhões de ienes de janeiro a março de 2027, com valor reduzido em cerca de 400 bilhões de ienes a cada trimestre até março de 2026; e 200 bilhões de ienes a cada trimestre a partir dos meses de abril a junho de 2026. O BoJ manterá uma postura de espera por mais tempo do que o esperado, na avaliação do ING. O banco holandês destaca que o presidente do BC japonês, Kazuo Ueda, está cauteloso em relação às tarifas dos EUA e o impacto negativo sobre investimentos e salários, mas não expressa preocupações imediatas sobre a inflação.
Apesar do aparente alívio na inflação, o Fed deverá deixar inalteradas as taxas de juros americanas na decisão monetária desta quarta-feira, pela quarta vez consecutiva. O consenso entre analistas consultados pelo Broadcast é de que dirigentes do BC americano vão adotar uma postura de “esperar para ver” os efeitos das tarifas e de tensões geopolíticas sobre as expectativas inflacionárias dos EUA. Contudo, persiste a incerteza sobre o tom a ser adotado pelo comunicado e sobre as projeções para cortes de juros.
Hoje, o dólar voltou a ficar acima dos 19 pesos mexicanos. O nível da moeda americana abaixo dos 19 pesos foi celebrado na última semana pelo governo da presidente do México, Claudia Sheinbaum, especialmente após o ativo ter se desvalorizado fortemente com as disputas tarifárias desencadeadas por Donald Trump nos últimos meses.
*Com informações da Dow Jones Newswires