

As ações da Vale (VALE3) fecharam esta sexta-feira (20) em queda de 2,58%, a R$ 49,92, a mínima desde o início de abril. No acumulado da semana, a derrocada é de 4,24%.
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As ações da Vale (VALE3) fecharam esta sexta-feira (20) em queda de 2,58%, a R$ 49,92, a mínima desde o início de abril. No acumulado da semana, a derrocada é de 4,24%.
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Essa performance tem como gatilhos fatores externos. Os ativos da mineradora brasileira reagem às dúvidas sobre o nível de demanda por minério no mundo, face a uma série de questionamentos sobre o desenvolvimento econômico da China, principal importador desta commodity. Desde a pandemia de Covid-19, o “gigante asiático” demonstra dificuldades de manter o nível de crescimento registrado no passado, mesmo com os estímulos concedidos pelo governo chinês. Uma China crescendo menos significa uma menor demanda por minério, que tende a se manter em um patamar mais baixo e impactar diretamente as receitas da Vale.
A imposição de tarifas à China pelos EUA só alimenta os temores em relação ao crescimento chinês e, consequentemente, sobre a importação de minério. “E nós temos também a questão da desvalorização do dólar. Isso é um problema para a Vale diretamente, porque as receitas da empresa são na sua quase totalidade em dólar”, diz Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital. No mês, o dólar cai 3,7% sobre o real. Já no acumulado de 2025, a moeda cede quase 11%.
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Igor Guedes, analista de ações da Genial Investimentos, também vê o enfraquecimento dos preços do minério de ferro como principal fator para as quedas dos papéis da Vale. Ele aponta que o governo chinês está realizando cortes na produção de aço em função de uma demanda mais fraca no País e que essa situação já pode ser vistas nos números – a produção semanal de aço caiu 2,5% na China, enquanto os preços da commodity cederam 1,5%. Essa situação explica a pressão sobre as ações da mineradora. “A reação do mercado veio com atraso, por isso as quedas recentes”, diz o especialista, que vê a aversão a risco provocada pelos conflitos armados no Oriente Médio como um fator adicional para as baixas, já que gerou fuga de capitais de países emergentes para mercados mais maduros.
Ainda assim, o atual patamar de preço da VALE3 é atrativo. Guedes vê o papel como “claramente descontado” e projeta um preço-alvo de R$ 61,50 em 12 meses. o que representa um potencial de alta de 22%. “Olhando um pouco mais a frente, acreditamos que o Dividend Yield (rendimento em dividendos) pode subir marginalmente para cerca de 10% em 2026”, afirma Guedes.
A Ágora Investimentos também explica que o minério de ferro se aproxima de um período sazonalmente mais fraco, o que tem gerado preocupações sobre os níveis de preço da commodity e aumentado a cautela dos investidores com as ações da Vale. Contudo, a casa tem uma visão mais otimista e acredita que o insumo deve se manter na casa dos US$ 100, sustentado pela demanda nas siderúrgicas chineses, que na visão da Ágora, deve permanecer alta.
O preço-alvo estipulado pela casa é de R$ 78 até dezembro, o que expressa uma projeção de alta de 55%. “Com os preços do minério de ferro se mantendo próximos a US$ 100 por tonelada, a Vale continua gerando entre 10% e 13% do seu valor de mercado em caixa em 2025 e 2026, bem acima da média de seus”, diz a Ágora. “Vemos a administração (da Vale) comprometida em manter uma remuneração saudável aos acionistas, seja por meio de dividendos ou recompras.”
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