O movimento ocorreu em meio aos ganhos e perdas das Bolsas de NY: enquanto o Dow Jones subiu 0,91%, o S&P 500 e o Nasdaq recuaram 0,11% e 0,82%, respectivamente. As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) também registraram alta após o reajuste no preço do querosene de aviação (QAV), com avanço de 0,41% (ON) e de 0,35% (PN).
A despeito da elevação do Índice Bovespa hoje, Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, diz não haver nada estrutural que sirva para justificar o movimento, a não ser fluxo. Porém, pontua que o cenário de melhora nas projeções de inflação e câmbio no Focus desta semana, pode começar a dar fôlego “melhor” para o Banco Central trabalhar, no sentido de pensar em cortes da Selic.
O comportamento do índice hoje acompanhou o último fechamento, quando o Ibovespa acumulou ganhos de 1,33% em junho, próximo aos 139 mil pontos, com o ingresso de capital externo elevado.
No exterior, as discussões comerciais ganham destaque com a aproximação do prazo de 9 de julho, quando os EUA decidirão se vão impor “tarifas recíprocas”. Hoje, há falas de autoridades monetárias mundiais em evento do Banco Central Europeu (BCE), em Portugal. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) “não é missão cumprida, mas alvo alcançado”. “Chegamos na meta de nossa inflação, de 2%, como havíamos antecipado. Passamos por muitos choques até chegarmos na inflação de 2%”, disse, ao ressaltar que o ambiente é de “muita incerteza”.
Por aqui, o foco fiscal continua, em meio a relatos de que o governo acionará o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a derrubada do decreto que havia elevado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
No mercado de câmbio, o dólar hoje fechou em alta de 0,5% a R$ 5,4612, após acumular perda de 4,99% em junho.
Ibovespa hoje: os principais assuntos desta terça-feira (1º)
Agenda econômica do dia
A agenda econômica desta terça-feira (1º) trouxe um painel do Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra (Portugal), reunindo os presidentes do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell; do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda; do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey; e do próprio BCE, Christine Lagarde, que ficaram no radar do Ibovespa hoje.
O primeiro pregão do segundo semestre trouxe uma agenda econômica enxuta de dados, com destaque para os índices de gerentes de compras (PMIs) industriais e o relatório Jolts de abertura de vagas nos EUA.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do lançamento do Plano Safra 2025/2026. Na cerimônia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo está reduzindo a carga tributária das exportações brasileiras por meio do Imposto de Valor Agregado (IVA), previsto na reforma tributária. Ele pontuou que o mercado internacional está “muito protecionista” e tende a ficar mais.
O mercado também seguiu atento à crise política, enquanto o governo acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (1º) para tentar manter em vigor os decretos que aumentaram o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão foi do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após avaliação da Advocacia-Geral da União (AGU).
Bolsas globais operam em direções distintas
As Bolsas de Nova York fecharam em direções distintas, após S&P 500 e Nasdaq renovarem recordes. As discussões comerciais ganham destaque com a aproximação do prazo de 9 de julho, quando os EUA decidirão se vão impor “tarifas recíprocas”.
A ação da Tesla (TSLA34) caíram 5,34%, após o presidente dos EUA, Donald Trump, reafirmar sua posição contrária à regulação do mercado de veículos elétricos e ameaçar os subsídios recebidos pela montadora.
Enquanto isso, as bolsas da Europa fecharam sem direção única, em dia marcado por declarações de dirigentes dos principais bancos centrais e a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,21%, a 540,25 pontos. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,28%, a 8.785,33 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 0,80%, a 23.717,41 pontos. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,04%, a 7.662,59 pontos.
Commodities: petróleo avança, enquanto minério cai
Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto subiu 0,52% (US$ 0,34), a US$ 65,45 o barril. Já o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,55% (US$ 0,37), a US$ 67,11 o barril.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2025, fechou em queda de 1,32%, cotado a 708,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 98,9.
Esses e outros dados do dia ficaram no radar de investidores e impactaram as negociações na Bolsa de Valores brasileira, influenciando o Ibovespa hoje.
* Com informações de Maria Regina Silva, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast