A Oi (OIBR3) protocolou nesta quinta-feira (3) o pedido de recuperação judicial de suas subsidiárias Serede (Serviços de Rede S.A.) e Tahto, antiga Brasil Telecom Call Center. O processo foi registrado na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e integra a reestruturação global do grupo.
A semana tem sido turbulenta para a operadora de telecomunicações. Na terça-feira (1º), a companhia já havia apresentado um aditivo ao plano de recuperação judicial. No dia seguinte, quarta-feira (2), as ações da Oi registraram a maior queda da Bolsa, com recuo de 10,77%, impactando o Ibovespa, que fechou em baixa de 0,71%. Já nesta quinta (3), os papéis da companhia reagiram e subiam 3,39% às 15h56, cotados a R$ 0,61.
Segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o pedido de recuperação judicial tem como objetivo assegurar a continuidade das operações e viabilizar a reorganização econômico-financeira das subsidiárias, por meio do reforço de capital necessário para manter suas atividades e investir nos negócios remanescentes do grupo.
A Oi também destacou que as medidas adotadas buscam criar condições para a estabilização operacional e proteger os interesses de credores, empregados e demais partes envolvidas, conforme será detalhado no novo plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação.
Segundo apuração do Broadcast: “A companhia reafirma sua confiança na capacidade operacional e comercial das subsidiárias, bem como na proposição e aprovação de um plano que preserve o valor do Grupo Oi e assegure a manutenção dos serviços prestados aos clientes”, declarou a empresa.
O que diz a proposta anunciada?
O principal objetivo do novo pedido de recuperação judicial é postergar o pagamento de dívidas trabalhistas e com fornecedores, em um momento em que o Grupo Oi enfrenta dificuldades para equilibrar suas finanças. A companhia afirma que realizará uma reestruturação profunda, ainda sem garantias reais de compatibilidade entre sua geração de caixa e o cronograma de vencimento das dívidas já assumidas.
A situação financeira do grupo continua crítica. A dívida líquida da Oi alcançou R$ 9,8 bilhões no primeiro trimestre de 2025, enquanto a posição de caixa era de apenas R$ 1,4 bilhão — um volume considerado insuficiente para arcar com os compromissos de curto prazo. Esse desequilíbrio reforça a necessidade de medidas emergenciais para evitar a interrupção dos serviços e preservar a continuidade operacional das subsidiárias envolvidas.
Em meio a esse cenário, a Oi busca renegociar prazos, levantar novos recursos e reestruturar sua operação de forma a ganhar fôlego financeiro, ao mesmo tempo em que tenta manter o nível de serviço aos clientes e conter o desgaste com credores e fornecedores.