Os mercados ficaram fechados em Nova York pelo feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos. O prazo final de 9 de julho estabelecido por Donald Trump para fixar tarifas mais elevadas a parceiros comerciais após uma pausa de 90 dias continua no radar dos investidores. Espera-se agora que o governo comece a enviar cartas aos parceiros comerciais nesta sexta-feira informando sobre as tarifas que seus produtos enfrentarão nos EUA. Caso acordos não sejam firmados, a taxação começará a ser aplicada no dia 1º de agosto.
O dólar hoje fechou em alta de 0,37% a R$ 5,4248, depois de ter finalizado a sessão de quinta-feira (3) no menor nível de encerramento desde junho. No ano, a moeda americana recua 12,22% em relação ao real. “Apesar da forte queda observada até o momento, não se pode descartar a continuidade da tendência de enfraquecimento do dólar. Mesmo com a redução das incertezas relacionadas às tarifas nos últimos meses, o tema deve voltar ao centro das atenções com o fim do prazo de 90 dias para os acordos comerciais, que se encerra nos próximos dias”, diz André Valério, economista sênior do Inter.
O especialista pontua que isso não significa que o real continuará se apreciando frente ao dólar. “No cenário doméstico, a questão fiscal permanece relevante e a proximidade do ciclo eleitoral tende a aumentar a volatilidade da taxa de câmbio, à medida que esses temas ganhem mais destaque na percepção dos investidores”, acrescenta.
Nesta sexta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os três decretos presidenciais que aumentavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), assim como o decreto legislativo que havia anulado esses atos do Executivo. Moraes também determinou a realização de uma audiência de conciliação entre o governo Lula e o Congresso para o dia 15 de julho, às 15h.
Investidores ainda monitoraram na sessão a queda dos contratos futuros de petróleo, que foram pressionados pelas expectativas em relação à próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). “Há incertezas sobre a decisão: o grupo pode manter os cortes atuais ou aumentar a produção em mais de 400 mil barris por dia. Isso tem pressionado os preços do petróleo”, avalia o analista de investimentos do Andbank, Fernando Bresciani.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram BRF (BRFS3), Vibra (VBBR3) e MRV (MRVE3).
BRF (BRFS3): 3,44%, R$ 19,85
As ações da BRF (BRFS3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, subindo 3,44% a R$ 19,85, depois de caírem 2,19% na véspera.
A BRFS3 está em baixa de 1,44% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 21,73%.
Vibra (VBBR3): 2,68%, R$ 22,59
Quem também se saiu bem foi a Vibra (VBBR3), que avançou 2,68% a R$ 22,59. Ao Broadcast, o sócio da AAX Investimentos, Rodrigo Brolo, explicou que o avanço foi impulsionado pela notícia do Brazil Journal de que a Inpasa, maior produtora de etanol de milho do Brasil, está montando posição relevante na empresa, visando futura negociação de etanol.
A VBBR3 está em alta de 4,29% no mês. No ano, acumula uma valorização de 32,18%.
MRV (MRVE3): 2,11%, R$ 6,29
Completando a lista de destaques positivos da sessão, também estiveram as ações da MRV (MRVE3), que fecharam em alta de 2,11% a R$ 6,29.
A MRVE3 está em baixa de 1,26% no mês. No ano, acumula uma valorização de 18,46%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Engie (EGIE3), Yduqs (YDUQ3) e Vamos (VAMO3).
Engie (EGIE3): -5,16%, R$ 46,3
As ações da Engie (EGIE3) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje e caíram 5,16% a R$ 46,3, devolvendo os ganhos da última sessão, quando saltou 4,49%.
A EGIE3 está em alta de 1,96% no mês. No ano, acumula uma valorização de 33,28%.
Yduqs (YDUQ3): -1,27%, R$ 16,33
Os papéis da Yduqs (YDUQ3) foram outros que se saíram mal, encerrando em baixa de 1,27% a R$ 16,33. Os ativos cíclicos, mais sensíveis aos ciclos da economia, sofreram com a leve alta do mercado de juros.
A YDUQ3 está em baixa de 0,97% no mês. No ano, acumula uma valorização de 98,66%.
Vamos (VAMO3): -1,24%, R$ 3,97
Na lista de principais baixas do Ibovespa hoje, também estiveram as ações da Vamos (VAMO3), que recuaram 1,24% a R$ 3,97.
A VAMO3 está em baixa de 5,02% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 16,42%.
*Com Estadão Conteúdo