O Dow Jones fechou em baixa de 0,94%, aos 44.406,36 pontos. Na mínima, o índice tocou 44.160,32 pontos. O S&P 500 cedeu 0,79%, aos 6.229,98 pontos, após máxima histórica de fechamento na quinta-feira da semana passada, aos 6.279,35 pontos. O Nasdaq também tirou pontos de seu recorde e caiu 0,92%, aos 20.412,52 pontos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de novas tarifas de importação sobre produtos de sete países: Japão, Coreia do Sul, África do Sul, Laos, Mianmar, Malásia e Casaquistão.
Entre os movimentos individuais, as ações dos bancos cederam, em uma realização dos ganhos da quinta-feira. O Goldman Sachs e o Wells Fargo perderam 1,76% e 1,51%, respectivamente. O JPMorgan e o Citigroup também cederam mais de 1%.
A Tesla foi a maior queda porcentual do S&P 500, fechando em baixa de 6,8%, após CEO Elon Musk anunciar no sábado que formaria o “Partido América”, justamente quando os investidores pensavam que ele se manteria afastado da política após sua passagem pelo Departamento de Eficiência Governamental do governo Trump. Musk se opôs fortemente ao projeto orçamentário “One Big Beautiful Bill” do presidente Donald Trump, sancionado na sexta-feira.
As ações da Nvidia caíram 0,69%. A fabricante de chips de inteligência artificial subiu 1,3%, atingindo a máxima recorde de US$ 159,34 na quinta-feira.
No bloco das “Sete Magníficas”, a Alphabet perdeu 1,53% e a Microsoft, 0,22%. A Amazon subiu 0,03% e a Apple teve baixa de 1,69%.
As ações da Shell listadas nos EUA caíram 3,5% depois que a gigante global de energia alertou que os lucros com a negociação de gás cairiam em relação ao trimestre anterior devido aos preços voláteis do petróleo. A Chevron e a Exxon Mobil amargaram perdas de 0,65% e 0,97%, respectivamente, mesmo em dia de alta dos futuros do petróleo.
Juros dos EUA avançam
Os juros dos Treasuries operaram em alta hoje, em uma sessão marcada pelos anúncios tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano indicou que Japão e Coreia do Sul terão tarifas em 25% para as importações de seus produtos, enquanto a África do Sul será tarifada em 30%. O potencial impacto inflacionário destas medidas é observado, assim como os impactos para a política do Federal Reserve (Fed).
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,896%. O rendimento da T-note de 10 anos avançava a 4,386%, enquanto o do T-Bond de 30 anos subia para 4,920%.
Até o momento, as ameaças de aplicar tarifas de 25% sobre produtos do Japão e da Coreia do Sul a partir de 1º de agosto terão impacto modesto sobre a economia americana, segundo avaliação da Capital Economics. A consultoria observa que essas tarifas “são quase idênticas às taxas recíprocas de 24% e 25%” de abril do republicano. Elas haviam sido suspensas por 90 dias, mas o presidente agora deu “mais algumas semanas” para que os países negociem um acordo com Washington.
Segundo a Capital, mesmo que as tarifas entrem em vigor, o efeito sobre as alíquotas efetivas médias será pequeno. Isso porque as tarifas recíprocas não se aplicam a produtos que já enfrentam tarifas específicas, como automóveis, que representam 34% das importações tanto do Japão quanto da Coreia e já são taxados em 25%. Além disso, itens isentos como eletrônicos e farmacêuticos também ficam de fora.
Já o Goldman Sachs Research mudou sua previsão para o primeiro corte na taxa de juros do Fed este ano de dezembro para setembro, três meses antes do que os analistas haviam previsto anteriormente. O banco alterou seu prognóstico em meio às primeiras evidências de que os efeitos das políticas tarifárias deste ano serão um pouco menores do que o esperado e que outras forças desinflacionárias estão se fortalecendo. “A liderança do Fed também pode compartilhar a opinião de nossos economistas de que as tarifas terão apenas um efeito único sobre os níveis de preços”, ressalta o banco.
“Devemos ver os juros na faixa entre 3% e 3,5% no próximo ano, o que também deve reduzir as taxas dos Treasuries de longo prazo”, disse Padhraic Garvey, chefe de Pesquisa para as Américas. Ele ressaltou que a curva de juros deve seguir pressionada por fatores fiscais e incertezas comerciais.
Moedas globais: dólar sobe e dispara ante o iene
O dólar subiu ante os principais pares, o que levou o índice Dólar a fechar em alta novamente após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a imposição de tarifas a sete parceiros comerciais, deteriorando o ambiente para moedas mais arriscadas. O iene derreteu após o Japão ser um dos alvos das medidas restritivas. O rand e o won sul coreano também computaram perdas expressivas.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,30%, a 97,48 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia a 146,96 ienes, o euro se depreciava a US$ 1,1725 e a libra tinha baixa a US$ 1,3613.
“Embora o dólar esteja desfrutando de uma pequena recuperação agora, acreditamos que a tendência fundamental de baixa do dólar permanece intacta”, escrevem Win Thin e Elias Haddad, do BBH. Eles esperam que os mercados “comecem a reagir com mais força contra a postura agressiva do Fed”, aumentando a pressão sobre o dólar. As tarifas também aumentam o risco de estagflação, em mais uma força de queda para a moeda americana, escrevem.
O dólar se valorizou fortemente ante o iene, com a reação ao anúncio de tarifa de 25% sobre “quaisquer produtos” do Japão enviados ao país, a partir de 1º de agosto. A imposição da mesma alíquota para bens sul-coreanos também puniu o won. O dólar subia a 1.376,07 wons perto das 16h50, ante 1.365,08 wons perto desse horário na quinta-feira, antes do feriado.
O rand sul-africano também foi fortemente penalizado. Segundo comunicados oficiais, o porcentual para a África do Sul será de 30%.
O peso argentino voltou a ceder, em prolongamento da tendência da última semana, quando se desvalorizou mais de 4% ante o dólar. O ativo é pressionado por fatores sazonais, incluindo o movimento de exportadores e turistas. No mercado paralelo, o dólar blue subiu a 1.250,00, segundo o jornal Âmbito Financiero.
* Com informações da Dow Jones Newswires