O presidente dos Estados Unidos anunciou no sábado (12), em cartas publicadas nas redes sociais, que impôs uma tarifa de 30% sobre produtos da União Europeia (UE) e do México. As novas taxas serão cobradas separadamente das tarifas setoriais e devem entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,14%, 0,2%, 0,27%, respectivamente, na sessão de hoje. O último índice, inclusive, bateu seu recorde de encerramento. A agenda econômica da semana será agitada nos Estados Unidos. O país divulga o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na terça-feira (15) e o índice de preços ao produtor (PPI, em inglês) na quarta-feira (16), mesmo dia em que será apresentado o Livro Bege, uma espécie de sumário das condições econômicas dos EUA.
Por aqui, o destaque da agenda do dia foi o Boletim Focus. No relatório, a mediana para a inflação brasileira em 2025 caiu de 5,18% para 5,17%, a sétima baixa seguida. Já a projeção para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15% pela terceira semana consecutiva, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter elevado a taxa a esse nível e afirmado que espera manter os juros altos por período “bastante prolongado”.
Ficou ainda no foco o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Houve queda de 0,74% em maio ante abril, abaixo do piso das estimativas na pesquisa Projeções Broadcast, de recuo de 0,50%. A mediana indicava baixa de 0,02%, e o teto, alta de 0,54%.
Na terça-feira (15), as expectativas giram em torno da audiência de conciliação entre o Congresso Nacional e o governo federal para discutir uma solução para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O encontro deve ocorrer às 15h. “Esse é um assunto que pode fazer preço por aqui”, avalia Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos.
Dentro do IBOV, o dia foi negativo para as ações da Petrobras (PETR3;PETR4). Enquanto os papéis ordinários (PETR3) cederam 1,07%, os preferenciais (PETR4) recuaram 1,32%, acompanhando a queda dos contratos futuros de petróleo no exterior. Os ativos da Vale (VALE3) também fecharam em baixa, caindo 1,14%, mesmo com a alta do minério de ferro na China.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em valorização de 0,66% a R$ 5,5842. “O contexto de dúvidas sobre os desdobramentos da política tarifária e as decisões políticas internas sobre o IOF mantêm o mercado sob pressão, contribuindo para a alta da moeda americana na sessão de hoje”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Petz (PETZ3), Hapvida (HAPV3) e MRV (MRVE3).
Petz (PETZ3): 3,84%, R$ 3,79
As ações da Petz (PETZ3) lideraram os ganhos do Ibovespa hoje, subindo 3,84% a R$ 3,79. Ao Broadcast, o sócio da L4 Capital, Hugo Queiroz, explicou que o papel tem espaço para subir, visto a queda de 10,82% nos últimos 30 dias e, além disso, há otimismo ainda com a fusão da companhia com a Cobasi.
A PETZ3 está em baixa de 3,07% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 6,88%.
Hapvida (HAPV3): 3,03%, R$ 33,3
Quem também se saiu bem foi a Hapvida (HAPV3), que subiu 3,03% a R$ 33,3. Em relatório, o BTG Pactual avaliou que o foco na avaliação da empresa dependerá cada vez mais do crescimento orgânico e do progresso contínuo na mitigação de riscos legais. O banco manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 32,32 por ação.
A HAPV3 está em baixa de 9,63% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 0,45%.
MRV (MRVE3): 2,96%, R$ 6,27
Outro destaque positivo foi a MRV (MRVE3), que estendeu os ganhos da última sexta-feira (11), quando já havia disparado 3,05%, após a reavaliação dos valores dos ativos e da geração de caixa da subsidiária da empresa nos Estados Unidos, a Resia.
A MRVE3 está em baixa de 1,57% no mês. No ano, acumula uma valorização de 18,08%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram BRF (BRFS3), Telefônica Brasil (VIVT3) e Lojas Renner (LREN3).
BRF (BRFS3): -4,55%, R$ 21
As ações da BRF (BRFS3) voltaram a sofrer no Ibovespa hoje, recuando 4,55% a R$ 21, depois de já terem tombado 4,35% na última sessão. Membros da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deliberaram, por unanimidade, adiar a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da empresa, convocada para decidir sobre a fusão com a Marfrig (MRFG3).
A BRFS3 está em alta de 4,27% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 17,19%.
Telefônica Brasil (VIVT3): -3,08%, R$ 31,11
Quem também se saiu mal foi a Telefônica Brasil (VIVT3), que cedeu 3,08% a R$ 31,11.
A VIVT3 está em alta de 0,71% no mês. No ano, acumula uma valorização de 38,14%.
Lojas Renner (LREN3): -2,83%, R$ 18,17
Na lista de principais baixas do Ibovespa hoje, estiveram ainda as ações da Lojas Renner (LREN3), que fecharam em queda de 2,83% a R$ 18,17. Ao Broadcast, o head de renda variável da Fami Capital, Gustavo Bertotti, disse que o papel passa por uma realização, visto que soma altas de acima de 50% em 2025, além de ser prejudicado pelo momento de cautela do investidor com o cenário macroeconômico e a guerra tarifária.
A LREN3 está em baixa de 6,82% no mês. No ano, acumula uma valorização de 53,2%.
*Com Estadão Conteúdo