O dia foi marcado pela queda das ações da Vale (VALE3), que recuaram 2,62%, mesmo em pregão de alta do minério de ferro na Bolsa chinesa de Dalian. Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) também se saíram mal, caindo 1,14% no caso dos ordinários (PETR3), e 0,78% no caso dos preferenciais (PETR4), acompanhando a queda dos contratos futuros de petróleo no exterior.
Na agenda doméstica, o mercado monitorou a audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso Nacional para discutir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O encontro terminou sem acordo nesta terça-feira. Caberá agora a Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), dar uma decisão com base nos argumentos apresentados por todos as partes do processo.
Para Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, a falta de acordo não deve pesar sobre o IBOV no curto prazo, já que o assunto ainda tende a se desenrolar nas próximas semanas. “Agora, caso o STF tome uma decisão favorável ao governo, observaríamos um impacto negativo para os mercados, semelhante àquela pequena crise registrada quando o decreto do IOF foi anunciado”, diz.
Na avaliação de Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, o impasse sobre as alíquotas do imposto afeta negativamente o ambiente de negócios. “Nesse caso, operadores e investidores ficam sem clareza sobre regras para crédito, câmbio e aplicações financeiras, o que tende a atrasar decisões e frear operações”, avalia.
Em Nova York, S&P 500 e Dow Jones caíram 0,4% e 0,98%, enquanto Nasdaq subiu 0,18%. O destaque do dia foi o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que subiu 0,3% em junho ante maio, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho. O resultado veio em linha com a expectativa de analistas consultados pelo Projeções Broadcast.
Andressa Durão, economista do ASA, avalia que os primeiros sinais de pressão inflacionária associados às tarifas de Donald Trump, ainda que incipientes, ocorrem em um contexto de economia sólida e mercado de trabalho ainda resiliente, cenário que reduz a necessidade imediata de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed). “Por outro lado, permanece o risco de deterioração nos próximos dados, especialmente diante do retorno da incerteza política nas últimas semanas”, completa.
O dólar hoje fechou em queda de 0,47% cotado a R$ 5,5581. Na visão de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o principal catalisador para o movimento foi a divulgação do CPI, que, ao vir em linha com as projeções, solidificou as apostas de que o Fed poderá iniciar um ciclo de cortes de juros em setembro. “Essa perspectiva diminuiu a atratividade do dólar globalmente e abriu espaço para a valorização de moedas de países emergentes”, explica.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram CVC (CVCB3), São Martinho (SMTO3) e Marcopolo (POMO4).
CVC (CVCB3): 6,55%, R$ 2,44
As ações da CVC (CVCB3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, subindo 6,55% a R$ 2,44. Ao Broadcast, o head de renda variável da Fami Capital, Gustavo Bertotti, explicou que o movimento se apoia na boa expectativa do mercado para o resultado do segundo trimestre da companhia, que já apresentou melhoras no primeiro trimestre.
A CVCB3 está em alta de 1,67% no mês. No ano, acumula uma valorização de 76,81%.
São Martinho (SMTO3): 3,67%, R$ 17,78
Quem também se saiu bem foi a São Martinho (SMTO3), que avançou 3,67% a R$ 17,78. A empresa informou hoje que concluiu a compra de parte dos ativos biológicos e direitos da Raízen (RAIZ4) na Usina Santa Elisa, no interior de São Paulo. Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia assumirá 10,6 mil hectares de cana-de-açúcar. O negócio foi avaliado em R$ 242 milhões.
A SMTO3 está em alta de 1,2% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 23,56%.
Marcopolo (POMO4): 3,47%, R$ 8,35
Outro destaque positivo foi a Marcopolo (POMO4). As ações da empresa terminaram o dia com ganhos de 3,47% a R$ 8,35.
A POMO4 está em alta de 4,9% no mês. No ano, acumula uma valorização de 17,94%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram MRV (MRVE3), Vale (VALE3) e Bradespar (BRAP4).
MRV (MRVE3): -2,87%, R$ 6,09
Os papéis da MRV (MRVE3) lideraram as perdas do Ibovespa hoje e cederam 2,87% a R$ 6,09, corrigindo os ganhos recentes. Na sexta-feira (11), os ativos já haviam disparado 3,05%, enquanto subiram 2,96% na segunda-feira (14).
A MRVE3 está em baixa de 4,4% no mês. No ano, acumula uma valorização de 14,69%.
Vale (VALE3): -2,62%, R$ 53,91
As ações da Vale (VALE3) foram outras que sofreram e recuaram 2,62% a R$ 53,91, impactando negativamente o índice da B3.
A VALE3 está em alta de 2,39% no mês. No ano, acumula uma valorização de 2,69%.
Bradespar (BRAP4): -2,37%, R$ 16,06
Outro papel que recuou no Ibovespa hoje foi o da Bradespar (BRAP4), que fechou em queda de 2,37% a R$ 16,06.
A BRAP4 está em alta de 2,29% no mês. No ano, acumula uma valorização de 2,23%.
*Com Estadão Conteúdo