(Estadão Conteúdo) – O contrato futuro mais líquido de ouro fechou em queda nesta quinta-feira, pressionado pela apreciação do dólar em relação a moedas concorrentes. A alta da divisa americana faz com que o metal precioso fique mais caro e, portanto, menos atraente a investidores que negociam em outras divisas. O mercado também observou comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) quanto a uma possível alta inflacionária nos Estados Unidos.
O ouro com entrega prevista para abril recuou 0,47% hoje, e terminou a sessão cotado a US$ 1725,10 a onça-troy, na Nymex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange.
Durante parte do dia, o ouro chegou a subir em NY, com investidores em busca de segurança na esteira do recrudescimento da pandemia de coronavírus na Europa. Com a melhora na maior parte dos ativos, porém, o dólar pesou sobre o ouro, que passou a recuar.
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Comentários de presidentes de distritais do BC americano acerca de uma possível alta na inflação dos EUA contribuíram para pressionar a commodity metálica. Entre eles, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, afirmou que um nível de índices de preços a 2,5% no país não seria algo “extraordinário”, enquanto o vice-presidente da instituição, Richard Clarida, afirmou que haverá uma alta “transitória” da inflação em 2021. Segundo o analista chefe da ActivTrades Carlo Alberto De Casa, “inflação e aperto das condições monetárias” são os dois fatores de preocupação para o mercado de ouro.
Considerando o cenário mais amplo, o Commerzbank avalia que o metal precioso tem mostrado uma força surpreendente diante de um noticiário econômico recente pouco favorável. O banco alemão aponta para a recuperação nos EUA, a alta nos juros dos Treasuries e a apreciação do dólar como ativos que tem pesado sobre o contrato do ouro. Ainda assim o metal se mantém próximo da marca de US$ 1730 a onça-troy, avalia a instituição.