• Logo Estadão
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Assine estadão Cavalo
entrar Avatar
Logo Estadão
Assine
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Direto da Faria Lima
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Direto da Faria Lima
  • Negócios
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
  • Newsletter
  • Guias Gratuitos
  • Colunistas
  • Vídeos
  • Áudios
  • Estadão

Publicidade

Colunista

Tarifas, pressão, psicologia e confronto: a forma Trump de negociar

Entre as características marcantes do playbook de Trump, podemos destacar algumas como a de exigir muito para ganhar algo

Por Thiago de Aragão

29/07/2025 | 10:57 Atualização: 29/07/2025 | 10:57

Receba esta Coluna no seu e-mail
Donald Trump
(Foto: Adobe Stock)
Donald Trump (Foto: Adobe Stock)

Este confronto EUA-Brasil é apenas mais um capítulo de uma longa história de negociações ao estilo Donald Trump, tanto na política quanto nos negócios pessoais. Há um padrão consistente em sua forma de conduzir acordos. Entre as características marcantes do playbook do presidente norte-americano, podemos destacar algumas.

Leia mais:
  • Investimentos no exterior: vale a pena buscar alternativas fora do dólar e das bolsas dos EUA?
  • “É quase impossível o Brasil conseguir um grau de investimento até 2026”, diz CEO da Austin Rating
  • OPINIÃO: Você vai pagar a conta do tarifaço, mesmo sem vender nada para os EUA
Cotações
01/11/2025 5h15 (delay 15min)
Câmbio
01/11/2025 5h15 (delay 15min)

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Exigir muito para ganhar algo: Trump tem a estratégia declarada de “pensar grande” e, em uma negociação, pedir muito mais do que realmente quer. Nos termos da psicologia social, ele aplica a técnica do “door in the face” (porta na cara), ou seja, começa fazendo uma exigência exorbitante, que provavelmente será recusada, para então apresentar a contraproposta moderada que seria sua meta real. Assim, aparenta ceder e ser razoável, quando na verdade o segundo pedido já era seu objetivo inicial.

Essa tática de rejeição seguida de recuo pode ser persuasiva, levando o outro lado a sentir que deve conceder algo após recusar a primeira demanda. Trump usou variantes disso repetidamente quando, por exemplo, ameaçou taxar todas as importações do México com tarifas crescentes de 5% até 25% se o país não contivesse a imigração irregular, uma posição extrema que abriu caminho para um acordo migratório em 2019 e a suspensão das tarifas . Da mesma forma, no caso brasileiro, iniciar com um tarifaço de 50% pode ser visto como um “tiro alto” para, quem sabe, negociar uma saída intermediária depois.

Publicidade

Visão transacional e de soma zero: Trump enxerga praticamente todas as relações como transações comerciais a serem vencidas . Seja lidando com um país aliado ou com um parceiro de negócios, ele tende a avaliar quem está “ganhando” e quem está “perdendo” no intercâmbio.

Academicamente, isso equivale a uma mentalidade de soma zero, em que para um lado ganhar, o outro necessariamente deve perder. Esse paradigma fica claro na sua obsessão por balanças comerciais: se os EUA têm déficit comercial com um país, Trump interpreta como os americanos sendo “passados para trás” e quer reverter o jogo a qualquer custo.

No caso do Brasil, ele chegou a justificar as tarifas alegando (incorretamente) que o Brasil tinha superávit e estaria se aproveitando dos EUA, quando na verdade ocorre o oposto. Essa visão pouco flexível ignora soluções de benefício mútuo. Para Trump, “ganhar” significa o outro lado ceder mais. É uma abordagem que ele carregou de sua vida empresarial, em que negociar duro e “sair por cima” eram sinais de sucesso pessoal.

Uso agressivo de leverage e ameaças: Dificilmente Trump negocia “de igual para igual”, ele prefere maximizar sua vantagem e impor medo de perdas ao interlocutor. Tarifas, para ele, não são meros instrumentos econômicos, mas “armas psicológicas” de pressão . Ele mesmo as descreveu certa vez como “uma coisa linda”, justamente por serem medidas unilaterais, simples de entender e que transmitem força aos seus apoiadores.

Publicidade

Na presidência, adotou tarifas punitivas como peça central de negociação com China, Europa e vizinhos, sempre com o cálculo de que o pânico econômico levaria o outro país a ceder.

Decisões bombásticas de surpresa (como um aumento tarifário via rede social)

Imprevisibilidade também é parte do arsenal: Trump muitas vezes anuncia decisões bombásticas de surpresa (como um aumento tarifário via rede social) para desestabilizar o oponente e tirá-lo do eixo, uma espécie de versão moderna da “teoria do homem louco” usada por Nixon, em que agir de forma aparentemente irracional gera alavancagem pelo medo do que ele pode fazer .

No tabuleiro global, essa tática de imprevisibilidade calculada dificulta a reação coordenada dos adversários, que ficam sem saber se ele blefa ou vai até o fim. No entanto, esse estilo agressivo pode trazer riscos: se o primeiro lance for percebido como absurdo ou ilegítimo, o tiro pode sair pela culatra, a parte contrária pode se sentir insultada e menos disposta a qualquer acordo.

Personalização e lealdade: Diferentemente de negociadores tradicionais, Trump leva para a mesa suas afinidades e antipatias pessoais de forma explícita. Ele elogia e favorece quem considera “amigo” ou útil, e demoniza quem o contraria. Vimos isso no caso de Jair Bolsonaro: Trump não apenas defendeu o ex-presidente brasileiro, chamando-o de “um bom homem” e assegurando que “não é desonesto”, como também insinuou que o Brasil deveria proteger Bolsonaro em troca de boas relações.

Essa personalização do diálogo é típica de Trump, remetendo à sua experiência como empresário-celebridade que valoriza lealdade acima de protocolos. Negociando como presidente, ele frequentemente mistura assuntos de Estado com questões pessoais ou ideológicas, algo visível na forma como atrelou a imposição de tarifa à “liberdade de expressão” por causa das disputas do STF com redes sociais.

Publicidade

Isso torna suas negociações menos previsíveis para burocratas tradicionais, mas altamente centralizadas em sua figura: se um líder estrangeiro o agrada ou lhe faz um aceno (como o norte-coreano Kim Jong-un fez em 2018, por exemplo), Trump pode subitamente aliviar a pressão; por outro lado, sob a percepção de se sentir traído ou desrespeitado, dobrará a aposta punitiva.

Ele se vê, em parte, como o executor de um enredo pessoal. “América em primeiro lugar” muitas vezes significa Trump em primeiro lugar, guiando acordos como extensões de sua vontade e branding político.

Padrões de negociações de Trump vêm de longe

Esses padrões vêm de longe. No livro “The Art of the Deal” (1987), Trump já aconselhava a “usar toda a alavancagem possível, revidar quando pressionado e se divertir no processo”, ostentando um personagem de negociador durão e performático . Agora, no palco global, ele aplica os mesmos princípios em escala macro. Especialistas observam que ele traduziu a linguagem dos negócios para a diplomacia, tratando tarifas e acordos internacionais com a mesma mentalidade coma qual fechava contratos imobiliários em Nova York. O resultado é uma diplomacia muitas vezes desconcertante para os tradicionais, porém coerente dentro da lógica trumpista.

Por mais polêmico que seja, o modo Trump de negociar encontra explicação em conceitos da psicologia comportamental e social. Suas táticas se alinham a fenômenos bastante estudados.

Reciprocidade e concessão: A eficácia do “pedido exagerado seguido de recuo” tem base no princípio psicológico da reciprocidade. Quando alguém recua de uma posição extrema para uma moderada, a outra parte tende a sentir-se obrigada a também ceder um pouco . Trump explora esse instinto ao fazer exigências máximas inicialmente e, se ele depois “cede” parcialmente, espera que o outro lado se sinta compelido a retribuir a concessão, aceitando o acordo mais brando.

Publicidade

Além disso, ao começar pedindo o impossível, ele ancora a negociação num patamar alto; qualquer resultado futuro que fique aquém da ameaça original ainda assim parece um alívio para o interlocutor. É uma forma de moldar a percepção do que é um acordo “justo”. Note-se, entretanto, que se a primeira oferta for exageradamente fora dos padrões, o efeito pode ser o oposto, com o lado alvo avaliando ter sido insultado ou intimidado, percebendo a manobra como bullying e rompendo a confiança necessária ao diálogo. Em contextos diplomáticos, esse é um risco real.

Viés de perda (loss aversion): Trump frequentemente enquadra as relações internacionais em termos de perdas que os EUA estariam sofrendo por empregos perdidos, indústrias enfraquecidas, “desrespeito” de outros países. Essa narrativa aciona o potente medo da perda no público e nos negociadores. Segundo a Teoria do Prospecto, de Kahneman e Tversky, as pessoas tendem a arriscar mais para evitar uma perda do que para obter um ganho equivalente a ela.

Trump sabe disso intuitivamente: ao dizer que os EUA “já perderam demais” em tal relacionamento comercial, ele justifica medidas drásticas como necessárias para “estancar o sangue” . Tarifas punitivas são vendidas como remédio para recuperar o que foi perdido, ainda que muitos economistas alertem que podem causar novos danos.

Falar em termos de “roubo” e “desvantagem” desperta indignação e desejo de retaliação nos americanos, o que dá respaldo interno às suas duras barganhas . Da mesma forma, para o lado oposto, ele molda a negociação para “como evitar perder acesso ao mercado americano”, um cenário assustador que pode levá-los a concessões maiores do que fariam normalmente.

Publicidade

Encontrou algum erro? Entre em contato

Compartilhe:
  • Link copiado
O que este conteúdo fez por você?

Informe seu e-mail

Tudo Sobre
  • Brasil
  • Canadá
  • China
  • Donald Trump
  • méxico
  • tarifas de Trump
  • União Europeia

Publicidade

Mais lidas

  • 1

    Vale vai pagar dividendos extraordinários em 2025? Lucro forte e dívida em queda no 3T25 animam investidor

  • 2

    Investiu o FGTS na Eletrobras? Fundos sobem 53% em 12 meses, mas ações ainda vencem; vale mudar para ELET6?

  • 3

    Como a reforma tributária vai atrapalhar a venda do seu imóvel?

  • 4

    Ações do Bradesco (BBDC4) caem forte na Bolsa após resultados do 3T25 e presidente do banco diz: “Não é retrato do balanço”; veja a explicação

  • 5

    Balanço do 3T25 aumenta chances de dividendos extraordinários da Vale, dizem analistas

Publicidade

Quer ler as Colunas de Thiago de Aragão em primeira mão? Cadastre-se e receba na sua caixa de entrada

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Cadastre-se e receba Coluna por e-mail

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Inscrição feita com sucesso

Webstories

Veja mais
Imagem principal sobre o Pix: veja como se proteger do golpe do falso boleto
Logo E-Investidor
Pix: veja como se proteger do golpe do falso boleto
Imagem principal sobre o 4 casas que não podem fazer parte do programa Reforma Casa Brasil
Logo E-Investidor
4 casas que não podem fazer parte do programa Reforma Casa Brasil
Imagem principal sobre o Prova de vida: veja documentos que aposentados devem apresentar ao realizar procedimento
Logo E-Investidor
Prova de vida: veja documentos que aposentados devem apresentar ao realizar procedimento
Imagem principal sobre o O que fazer se a restituição do IR não cair na conta?
Logo E-Investidor
O que fazer se a restituição do IR não cair na conta?
Imagem principal sobre o Bancos podem começar a encerrar várias contas; entenda o motivo
Logo E-Investidor
Bancos podem começar a encerrar várias contas; entenda o motivo
Imagem principal sobre o Como sacar o benefício com o cartão do INSS em agências e correspondentes
Logo E-Investidor
Como sacar o benefício com o cartão do INSS em agências e correspondentes
Imagem principal sobre o Como vai funcionar o novo modelo de rateio da Mega da Virada?
Logo E-Investidor
Como vai funcionar o novo modelo de rateio da Mega da Virada?
Imagem principal sobre o Cartão do INSS: veja os limites de saque para aposentados
Logo E-Investidor
Cartão do INSS: veja os limites de saque para aposentados
Últimas: Colunas
O Douro é o novo destino para quem busca luxo com alma
Valéria Bretas
O Douro é o novo destino para quem busca luxo com alma

O roteiro começa no Porto, com uma parada estratégica para comer, andar pela Ribeira, dormir com conforto e embarcar na viagem de trem mais bonita do país até a quinta de Ventozelo

31/10/2025 | 14h05 | Por Valéria Bretas
Como ter uma casa, um carro, uma moto e dinheiro investido ganhando R$ 2.800
Fabrizio Gueratto
Como ter uma casa, um carro, uma moto e dinheiro investido ganhando R$ 2.800

A verdadeira liberdade financeira nasce do comportamento, da disciplina de gastar menos, da paciência de investir e da coragem de adiar o prazer imediato

30/10/2025 | 19h45 | Por Fabrizio Gueratto
Fundos de ações superam Ibovespa em 2025, mas ainda perdem da renda fixa no longo prazo
Einar Rivero
Fundos de ações superam Ibovespa em 2025, mas ainda perdem da renda fixa no longo prazo

Levantamento mostra que a mediana dos fundos de ações teve alta de 22,13% em 12 meses, superando o Ibovespa e marcando a recuperação parcial da gestão ativa no Brasil

29/10/2025 | 14h10 | Por Einar Rivero
Enquanto o Bitcoin sobe 8%, uma IA fez +125%
Vitor Miziara
Enquanto o Bitcoin sobe 8%, uma IA fez +125%

Seis inteligências artificiais receberam US$ 10 mil cada para investir em cripto; ChatGPT amarga prejuízo de 60%, enquanto rival Deepseek dispara

28/10/2025 | 13h58 | Por Vitor Miziara

X

Publicidade

Logo E-Investidor
Newsletters
  • Logo do facebook
  • Logo do instagram
  • Logo do youtube
  • Logo do linkedin
Notícias
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Negócios
  • Materias gratuitos
E-Investidor
  • Expediente
  • Fale com a redação
  • Termos de uso
Institucional
  • Estadão
  • Ágora Investimentos
Newsletters Materias gratuitos
Estadão
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube

INSTITUCIONAL

  • Código de ética
  • Politica anticorrupção
  • Curso de jornalismo
  • Demonstrações Contábeis
  • Termo de uso

ATENDIMENTO

  • Correções
  • Portal do assinante
  • Fale conosco
  • Trabalhe conosco
Assine Estadão Newsletters
  • Paladar
  • Jornal do Carro
  • Recomenda
  • Imóveis
  • Mobilidade
  • Estradão
  • BlueStudio
  • Estadão R.I.

Copyright © 1995 - 2025 Grupo Estado

notification icon

Invista em informação

As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador