

Com os números do segundo trimestre deste ano da Ambev (ABEV3), o Bradesco BBI avalia que a empresa caminha para uma estratégia mais equilibrada, após anos priorizando o crescimento de volumes em detrimento das margens.
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Com os números do segundo trimestre deste ano da Ambev (ABEV3), o Bradesco BBI avalia que a empresa caminha para uma estratégia mais equilibrada, após anos priorizando o crescimento de volumes em detrimento das margens.
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A companhia demonstrou maior disposição para reajustar preços e obteve ganhos operacionais com cortes em despesas e maior eficiência, segundo o analista do banco, Henrique Brustolin. Ainda assim, o resultado ficou aquém das expectativas do BBI, especialmente no Brasil, onde o volume de cerveja caiu quase 9% na comparação anual.
Segundo a Ambev, cerca de 75% dessa retração se deveu ao clima atípico e 25% à perda de participação de mercado. Brustolin ainda complementa que o mês de julho trouxe sinais de melhora, com clima mais favorável e reajustes também feitos por concorrentes como a Heineken, o que pode ajudar a recuperação nos próximos meses.
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“No entanto, com uma base de participação mais baixa e um setor em desaceleração, ainda pode haver novas quedas, ainda que moderadas, no volume de cerveja no Brasil no segundo semestre”, disse o analista, em relatório.
Do lado positivo, a receita por hectolitro subiu 6,2% no Brasil, puxada pelo mix de produtos, com destaque para o segmento premium, que cresceu dois dígitos e ganhou market share (participação no mercado).
A Skol voltou a ser foco da companhia, não como uma mudança de estratégia, mas como uma tentativa de recuperar o desempenho da marca líder em diversos Estados. “Skol merece uma chance”, afirmou Brustolin, observando que a marca começou a recuperar terreno desde março.
Mesmo com os ganhos de margem no primeiro semestre, o Bradesco BBI alerta para uma pressão de custos no segundo semestre, que deve limitar avanços adicionais. A projeção é de que as margens da operação de cerveja no Brasil e da Ambev como um todo voltem a encolher na segunda metade do ano.
“O principal teste agora é saber se a Ambev conseguirá manter margens com volumes mais baixos e custos acelerando”, afirmou. “Ainda vemos pouca evidência de que o poder de precificação histórico da companhia foi recuperado.”
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O banco também ressalta a dificuldade de transição do portfólio da Ambev, ainda muito exposto ao segmento mainstream (popular), para categorias premium, onde a concorrência é cada vez mais intensa. “O atual nível de competição no mercado de cervejas no Brasil é sem precedentes desde a criação da própria Ambev”, disse o profissional.
Com isso, o banco revisou suas projeções e agora estima lucros 8% abaixo do consenso para 2025 e 7% abaixo para 2026. A recomendação para os papéis da Ambev é neutra e o preço-alvo foi elevado de R$ 12 para R$ 13, o que representa um potencial de valorização de 4,3% ante o fechamento do papel no pregão de ontem, quinta-feira (31).
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