

Por Daniel Rocha
06/08/2025 | 9:46 Atualização: 06/08/2025 | 16:22

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O dólar hoje opera nesta quarta-feira (6) com os investidores atentos ao início das tarifas comerciais de 50% sobre alguns itens brasileiros que são enviados aos Estados Unidos, enquanto outros 694 produtos seguem com a alíquota de 10%. Dados da Secretaria de Comércio Exterior aponta que a taxa de 50% afeta 35,9% das exportações brasileiras para os EUA. Considerando dados de 2024, isso corresponderia a US$ 14,5 bilhões. Às 16h20 (de Brasília), a moeda americana opera com queda de 0,78%, a R$ 5,46. Já na abertura, por volta das 9h, o câmbio iniciou as negociações com leve alta de 0,04%.
As negociações para alcançar um acordo entre o Brasil e os EUA continuam, mesmo com declarações opostas sobre o assunto. Na terça-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não ligaria para o presidente americano Donald Trump porque, segundo o petista, ele não quer conversar. A declaração aconteceu durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável.
“Não vou ligar para o Trump para negociar nada (sobre o tarifaço), porque ele não quer”, discursou Lula, para afirmar em seguida: “Mas pode ficar certa, Marina (Silva, ministra do Meio Ambiente). Vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP (a reunião global sobre mudanças climáticas, que desta vez vai acontecer em Belém); quero saber o que é que ele pensa da questão climática”. Veja os detalhes nesta reportagem do Estadão.
Já nesta quarta-feira (6), Lula deu entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC) a “um pedido de consulta” contra os EUA. A ação trata-se de uma reação do governo brasileiro ao tarifaço de Trump contra o Brasil. Em paralelo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que não se arrepende das interlocuções com o governo americano que resultaram nas tarifas elevadas contra o Brasil.
Ao anunciar a taxa adicional de 40%, Trump justificou a medida como uma forma de retaliar o tratamento, considerada injusta, dado pelo governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no julgamento da trama golpista. Agora, com a prisão domiciliar do ex-presidente por descumprir as medidas cautelares, os investidores temem novas retaliações de Washington. Veja os detalhes desta reportagem.
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A fraqueza do dólar também reflete as expectativas do mercado para a próxima reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em setembro que pode dar início ao ciclo de corte de juros nos EUA. As estimativas ganharam força após a divulgação dos dados de emprego e de inflação que mostraram uma desaceleração da economia americana.
Com isso, a tendência é que os investidores estrangeiros aproveitem a Selic de 15% para lucrarem com as operações de carry-trade (mecanismo utilizado para tentar obter lucros com base na diferença entre a taxa de juros de dois países), o que deve sustentar a valorização do real frente à moeda americana no curto prazo.
Com informações de Silvana Rocha, do Broadast*
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