A XP Investimentos revisou para baixo o preço alvo das ações da São Martinho (SMTO3), reduzindo de R$ 31,60 para R$ 22,00 por papel. Apesar de esperar um resultado considerado “decente” para a companhia no primeiro trimestre do ciclo 2025/26, os analistas alertam para os riscos de pressão nos resultados diante de um início de safra mais lento e preços de açúcar abaixo do previsto.
“A diluição de custos deve ser pressionada por condições climáticas adversas, que atrasaram o avanço da safra”, apontou o relatório assinado por Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak. A XP reiterou a recomendação neutra para os papéis da companhia. “Reiteramos nossa recomendação neutra, mantendo cautela com o fluxo de caixa e com o comportamento dos preços do açúcar nos próximos trimestres”, disse.
A expectativa é que o etanol seja o principal motor dos resultados do trimestre, com destaque para a venda de cerca de 90 milhões de litros de estoque de entressafra. A XP projeta alta de 24% nos volumes vendidos na comparação anual e avanço de 14% nos preços.
Já o açúcar deve ter queda de 1% nos volumes e recuo de 8% nos preços, influenciado pela menor disponibilidade e pela estratégia de hedge – proteção para tentar diminuir os efeitos da volatilidade do mercado financeiro sobre seus ativos – da São Martinho. Por outro lado, o segmento de etanol de milho deve apresentar desempenho robusto, com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 81 milhões e margem de 31,6%, beneficiado pela queda nos preços do milho.
Em termos gerais, a XP projeta lucro líquido de R$ 252 milhões, alta de 137% na comparação anual, com Ebitda ajustado de R$ 778 milhões, avanço de 18%, com receita líquida de R$ 1,889 bilhão, crescimento de 15%. O balanço da São Martinho vai ser divulgado na próxima segunda-feira (11), após o fechamento do mercado.
O Ebitda ajustado da São Martinho foi cortado em cerca de 20% para os anos-safra 2025/26 e 2026/27. “Caso nossa previsão para os preços do açúcar não se confirme, vemos risco de queda em relação ao consenso e fluxo de caixa livre limitado, o que deve pesar na ação”, alertam.