B3 supera expectativas com lucro de R$ 1,3 bi; vale ter a ação na carteira?
Lucro líquido recorrente cresce 4,2% e fica acima das estimativas; B3 diversifica receitas, distribui R$ 580 mi a acionistas e lança novos produtos financeiros
Os principais assuntos para ficar atento no Ibovespa hoje (Foto: Adobe Stock)
A B3 (B3SA3) divulgou na quinta-feira (7) os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2025, com lucro líquido recorrente de R$ 1,279 bilhão – alta de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior e 5% acima das estimativas do Citi.
O lucro por ação foi de R$ 0,25, representando um avanço de 13,4% na comparação anual. Já o lucro líquido contábil (GAAP), de R$ 1,3 bilhão, superou as projeções do BTG Pactual em 9%.
Segundo o Citi, o resultado foi impulsionado por um desempenho financeiro mais forte, incluindo um evento não recorrente de reconhecimento de créditos tributários, com impacto positivo de R$ 104 milhões, posteriormente ajustado no lucro recorrente.
A receita total da companhia atingiu R$ 2,7 bilhões, crescimento de 0,7% em relação ao 2T24 e de 3,3% ante o 1T25.
Já a receita líquida ficou em R$ 2,54 bilhões – acima das expectativas do BTG Pactual, que também destacou a melhoria das margens operacionais e o crescimento de áreas não relacionadas a ações, que hoje representam 81% da receita total da B3 (ante 60% em 2021).
Distribuição de resultados e novas iniciativas
A B3 distribuiu R$ 580 milhões aos acionistas no trimestre, sendo R$ 378 milhões via juros sobre capital próprio (JCP) e R$ 202 milhões em recompras de ações.
Desde 2019, a companhia já devolveu R$ 32,7 bilhões aos investidores – 49% de seu valor de mercado – e recomprou cerca de 13% de seu capital.
No campo da inovação, a B3 lançou contratos futuros de Ethereum, Solana e Ouro, além de novos produtos de juros (como F-TIIE, SFR e EST) e derivativos atrelados ao Índice Bovespa B3 BR+.
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Também participou da construção do Regime FÁCIL da CVM, para facilitar o acesso de empresas de menor porte ao mercado de capitais.
Avaliação do mercado
Tanto o Citi quanto o BTG Pactual reiteraram suas recomendações neutra e de compra, respectivamente, para as ações da B3.
“A diversificação de receitas segue mostrando resiliência e robustez, com resultados sólidos mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador”, afirmou André Milanez, CFO da B3.
O preço-alvo foi mantido em R$ 15, com potencial de valorização de 16,2%. Para o BTG, a B3 segue como um “ativo limpo e defensivo”, com alto potencial de geração de caixa e posição privilegiada diante de uma possível inflexão no ciclo econômico brasileiro.