Ações da Ultrapar (UGPA3) caem após Petrobras (PETR3;PETR4) mostrar interesse por atuar na distribuição de GLP. Foto: Игорь Головнёв - stock.adobe.com
A notícia de que a Petrobras (PETR3;PETR4) pretende voltar a atuar na distribuição de GLP (gás de cozinha) mexeu com as ações da Ultrapar (UGPA3) nesta sexta-feira (8). Os papéis da empresa tombaram 6,36% a R$ 16,33. Os ativos da petroleira também sofreram, como mostramos aqui. PETR3 derreteu 7,95%, enquanto PETR4 afundou 6,15%.
Segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de quinta-feira (7), o conselho de administração da estatal aprovou sua volta à atividade. Em teleconferência de resultados, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, enfatizou que o atual tamanho da petroleira se deve pela visão de integração e da busca por sinergias, o que explica a decisão de retornar à distribuição de gás de cozinha.
“Somos uma empresa que nasceu integrada do poço ao posto. Diante de um produto que vai ter uma produção crescente, e se for um bom negócio para a companhia com uma atratividade adequada, por que não exercer mais essa sinergia?“, comentou. “Não temos nenhum projeto de GLP na carteira da Petrobras, mas as portas estão abertas”, complementou.
Analistas do mercado explicam que a notícia afeta diretamente a Ultrapar. “Em nossa cobertura, a empresa, por meio da Ultragaz, é o player mais relevante nesse segmento e pode ser impactada por esse anúncio”, destaca o Itaú BBA.
A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI compartilham a mesma visão. “A intenção formal da Petrobras de retornar ao mercado de distribuição de GLP deve gerar alguma volatilidade às ações da Ultrapar, já que o mercado pode especular sobre a possibilidade de a estatal trazer alguma competição acirrada de preços”, afirmam.
Com a empresa entrando rapidamente neste mercado, os analistas da Ágora e do BBI ponderam que qualquer movimento da Petrobras dependeria de fusões e aquisições necessariamente apoiadas pelos processos internos de governança da empresa, o que pode levar algum tempo.
“Acreditamos que os tickets de fusões e aquisições neste segmento variariam de US$ 200 milhões a US$ 700 milhões, o que não é muito significativo para a Petrobras, mas ainda impacta o pagamento de dividendos para entrar em um negócio que não parece estratégico para a estatal”, avaliam.