Veja a operação nas bolsas de NY hoje
(Foto: Adobe Stock)
As bolsas de Nova York aceleraram alta nesta terça-feira (12), com o S&P 500, Dow Jones e Nasdaq registrando valorizações de 1,13%, 1,1% e 1,39%, respectivamente. Durante a sessão, foi a vez do S&P 500 atingir o recorde intraday, aos 6.428,75 pontos – na semana passada, o Nasdaq também havia renovada o patamar histórico, aos 21.462,64 pontos. O índice VIX, espécie de “termômetro do medo” em Wall Street, despencou 9,3% e voltou a níveis pré-tarifaço de Donald Trump.
Com o bom humor alimentado por dado de benigno de inflação nos Estados Unidos, Wall Street tem ganhos praticamente generalizados, mas bancos e tecnologia aparecem com destaque particular, enquanto investidores digerem dados de inflação medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de junho.
O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos subiu 0,2% em julho ante junho, segundo dados com ajustes sazonais publicados hoje pelo Departamento do Trabalho. Na comparação anual, o CPI subiu 2,7% em julho, repetindo a variação do mês anterior. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam para julho altas de 0,2% e 2,8%, respectivamente.
“Embora o repasse das tarifas ainda represente um risco altista relevante para a inflação nos próximos meses, o conjunto de dados divulgado até agora reforça a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) possa iniciar cortes já em setembro”, avalia Andressa Durão, economista do ASA.
O movimento também acompanha o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de prorrogar da trégua tarifária com a China por mais 90 dias. “Todos os outros elementos do acordo permanecerão inalterados”, informou o republicano na Truth Social.
Segundo a Casa Branca, os EUA continuam a ter discussões com Pequim para abordar a falta de reciprocidade comercial no relacionamento econômico e as preocupações resultantes de segurança nacional.
A agenda desta terça-feira traz discursos de dois dirigentes do Federal Reserve de Richmond, Tom Barkin, e de Kansas City, Jeffrey Schmid, vão influenciar também as expectativas de política monetária americana.
Dólar fecha abaixo de R$ 5,40 pela primeira vez em mais de 1 ano
O dólar hoje encerrou abaixo dos R$ 5,40 pela primeira vez em mais de um ano, cotado a R$ 5,38. O principal fator que gerou a retração da moeda foi uma leitura mais benigna do índice de inflação americano, CPI, que alimentou as apostas em cortes de juros nos EUA e engatilhou o enfraquecimento global do dólar na sessão.
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Por exemplo, o índice DXY do dólar – que acompanha as flutuações da moeda americana em relação a outras seis divisas relevantes – terminou o dia com baixa de 0,45%.
Já os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) chegaram a operar em alta marginal no início das negociações desta terça-feira, mas cederam após o CPI.
Por que a operação em NY é importante para o mercado brasileiro?
O avanço das bolsas de Nova York pode indicar um pregão positivo para o Ibovespa. Como explica Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, os Estados Unidos ainda são o maior centro financeiro do mundo. Isso significa que mercados, sobretudo emergentes – como o Brasil – ficarão mais sensíveis ao desempenho americano.
No entanto, isso não é uma regra. Os movimentos dos mercados brasileiros e americanos costumam ir na mesma direção, mas com algumas exceções, dependendo do contexto.
“O Ibovespa costuma andar na contramão quando há uma agenda interna forte no Brasil, seja positiva ou negativa, por exemplo, se o Congresso aprova uma reforma importante, ou se o Banco Central sinaliza uma redução de juros por aqui, o mercado local pode reagir bem, mesmo se o exterior estiver ruim”, explica Patzlaff. Ao mesmo tempo, quando surgem crises políticas, ruídos entre Executivo e Legislativo, ou revisões negativas nas projeções fiscais, o Ibovespa pode cair mesmo com Wall Street subindo.
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*Com informações de André Marinho e Sergio Caldas, do Broadcast